Cidades

Temas voltados à educação são apostas para redação

Professor orienta candidatos para o primeiro dia de provas do Enem que acontece no próximo domingo

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 31/10/2018 08h27
Temas voltados à educação são apostas para redação
Reprodução - Foto: Assessoria
Temas ligados à Educação são aposta para a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 que acontece no próximo domingo (4).  Além da redação, o primeiro dia de Enem terá ainda 45 questões de linguagens e outras 45 de ciências humanas. Segundo o professor de redação Thales Barros, assuntos como educação financeira, educação alimentar e o ensino da Constituição nas escolas possuem grandes chances de “cair” na proposta de redação do Enem deste ano. “Existem algumas áreas que de fato o Enem tem dado sinais de que pode abordar. Por exemplo, temáticas a relacionadas à Educação. Sobre a reforma que está havendo no Ensino Médio, sobre a implantação de algumas áreas como educação financeira, educação alimentar, educação no trânsito. A educação financeira até por conta da questão econômica, da crise que o país tem passado, e a questão da educação alimentar porque o número de obesos na nossa sociedade tem crescido de modo considerável. Ainda tem também a questão do ensino da Constituição em sala de aula, porque completamos 30 anos de Constituição, seria uma boa para falar de ética e corrupção. E os famosos grupos vulneráveis, que são as minorias que vêm caindo ano após ano no Enem. Isso nos dá algumas direções do que pode ocorrer este ano”, explica. Na avaliação de Thales Barros, o tema de redação do ano passado “Desafios para Formação Educacional de Surdos” sinalizou uma tendência de enfocar assuntos voltados à Educação no país. “O tema do ano passado já deu um sinal para o tema deste ano. Falou sobre formação educacional para deficientes visuais e já puxou para a formação escolar. Pode ser que este ano eles abordem a necessidade de mudança ou a própria educação básica”, aponta. Além disso, o processo eleitoral e a mobilização popular são apostas que “correm por fora”. Outra aposta é um assunto bastante explorado durante todo o ano, as “fake news”. “É um tema muito bacana, mas eles podem associar isso à baixa criticidade do brasileiro. O brasileiro é pouco crítico, ele tem muito acesso a informação, mas não consegue fazer essa análise no geral, não é crítico o suficiente para discernir o que é verdadeiro e o que é falso. Pode cair fake news, é um bom  tema. E um outro bom tema nesta questão de política é a questão do alcance que as massas acabaram ganhando, desde 2013. Aí como a gente este ano celebra 30 anos de Constituição, o Enem poderia muito bem colocar a importância da participação popular na transformação do país, ou no combate a corrupção. Seria pelo viés do povo, do ativismo social. Isso seria importante pontuar”, diz Barros. Estudante aposta em “suicídio entre indígenas” como tema   Mesmo com tantas possibilidades de assuntos, o professor destaca que a preparação do candidato é fundamental. “Como eu digo em sala de aula, o primeiro foco do aluno que está se preparando para o vestibular é não se preocupar com o tema, ou com uma área específica. É muito mais interessante que ele domine as técnicas de escrita, que domine as técnicas de produção de um texto argumentativo-dissertativo. Com ele dominando essas técnicas fica mais fácil, mesmo não sabendo o tema”, ressalta. A orientação para os candidatos é manter a calma e aproveitar os textos de apoio para subsidiar a redação. Os candidatos precisam estar atentos também ao horário de Verão. O segundo dia de provas do Enem 2018 ocorre no domingo, 11 de novembro. [caption id="attachment_255799" align="alignnone" width="480"] No 2º ano do Ensino Médio, Ana Luiza vai fazer a prova como treineira e está preocupada com a redação (Foto: Acervo pessoal)[/caption] “A primeira coisa que eu digo ao meu aluno em sala de aula é ler a proposta, e depois fazer uma busca nas produções que ele fez ao longo do ano. Porque com certeza ele produziu algo parecido com o que foi proposto. Essa é a primeira ideia. Em segundo lugar, ele vai ler os textos de apoio, porque o Enem normalmente põe quatro ou cinco textos. Depois de ler esses textos, fazer uma interpretação desses textos, aí ele vai começar a separar as ideias. Pensar nos argumentos. Mas ele não pode produzir a redação sem ler o material  e apoio porque ele direciona ao que a banca quer que você coloque no seu texto. E acima de tudo, manter a calma, lendo a proposta e não se desesperar, mesmo que não saiba tanto sobre o assunto”, reforça o professor. A estudante Ana Luiza, de 16 anos, vai fazer o Enem como treineira, isto é, ainda está cursando o 2º ano do Ensino Médio e fala da preocupação com a redação. “A redação tem um peso crucial para prova. Então ela necessita de uma preparação a mais. A ansiedade é natural, a questão não é não está fazendo “para valer”,  é devido a ansiedade e o curto período de tempo para realizar a prova às vezes não conseguimos fazer como esperado”, diz a estudante. Ana Luiza tem até um palpite para o tema deste ano: “Casos de suicídio indígena”, aposta.