Cidades
Guarda Municipal só soube de desocupação após prédio ser depredado
Semas deixou imóvel no fim de maio, mas segurança municipal só foi informada oficialmente no dia 11 de julho
O Palacete da Intendência Municipal passou mais de 40 dias sem o reforço de segurança da Guarda Municipal. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Comunitária e Convívio Social de Maceió (Semscs), coronel Ivon Berto. O prédio foi desocupado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) no fim de maio, mas segundo o coronel, a comunicação oficial foi feita no dia 11 de julho.
“O que eu posso dizer é que quando nós fomos acionados, que foi no dia 11 de julho, a partir daí adotamos as providências. Mas lamentavelmente o prédio já estava com esses danos, o que é assustador em decorrência de ficar ao lado do centro comercial, Palácio do Governo, de setores importantes da segurança”, diz o coronel Ivon Berto.
Em nota, a Semas confirmou a desocupação do prédio em maio deste ano, mas afirma que “manteve a vigilância eletrônica no espaço, mas os equipamentos foram danificados por vândalos”. Ainda segundo o órgão um dos motivos da desocupação do prédio foi a necessidade de reformas.
“A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) informa que o prédio localizado na Rua Melo Moraes foi desocupado pela Semas em maio deste ano uma vez que não comportava mais a estrutura da pasta e necessitava de uma reforma dentro dos padrões do Iphan. A Semas manteve a vigilância eletrônica no espaço, mas os equipamentos foram danificados por vândalos”, disse a Semas por meio de assessoria de comunicação.
Ainda segundo a Semas, quatro prisões foram efetuadas por depredação do patrimônio. Além disso, diz que a prefeitura analisa revitalização para abrigar outro órgão da administração pública municipal. Enquanto isso o prédio que é de propriedade da Prefeitura de Maceió terá reforço de segurança da Guarda.
De acordo com o coronel Ivon Berto, a Guarda Municipal iniciou as ações ostensivas com rondas, mas a estratégia foi insuficiente para conter o avanço dos roubos. Ele garante que o reforço será 24h até que o prédio volte a ser ocupado.
“Nós tivemos que usar o serviço que estava disponível, que era a ronda no local. Como a gente percebeu que a ronda não estava dando resultado, porque a coisa já estava muito além das ações de vandalismo, aí nós estamos tomando a posição de fazer a coisa contínua porque no momento que deixamos o local eles voltam”, afirma.
“É como cobrir um santo e descobrir o outro”, diz titular da Semscs
“Quando a gente pega alguma informação de necessidade da Guarda Municipal, a gente vai ter que abrir mão de um setor pelo outro. É como cobrir um santo e descobrir o outro”, afirma.
Mas segundo o coronel, o efetivo é insuficiente para atender a demanda. Ele afirma que guardas serão remanejados da vigilância de escolas e postos de saúde, por exemplo, para dar suporte no prédio centenário.
“A gente precisou fazer mudanças porque como teve algo inesperado, no momento que a guarda faz o ponto base, mas precisa ir para outro setor, os vândalos aproveitam e invadem. Aí nós estamos colocando agora 24 horas, deixando de cobrir outros setores importantes também, como postos de saúde e escolas, para dar segurança no local, que é um prédio histórico”.
O titular da Semscs diz também que irá acionar outros órgãos para conter o avanço do vandalismo. Ele afirma que enviará um documento à Polícia Civil, solicitando reforço da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit). Eletrobras e Superintendência Municipal de Energia e Iluminação Pública (Sima) farão a reposição da fiação e luminárias para ajudar no controle do local, garante.
“Fizemos o contato com a Oplit, que nos dá um apoio, para que a Oplit também nos dê essa cobertura, junto com a Guarda. Amanhã [hoje] pela manhã equipes da Sima e da Eletrobras estarão no local para reforçar a iluminação, já que todos os fios e lâmpadas foram roubados”.
MAIS DESTRUIÇÃO
A reportagem do jornal Tribuna Independente esteve na tarde de ontem (18) no local e registrou mais destruição. Um dos portões, que estava fechado com cadeado, foi levado. Ao contrário de segunda-feira (17), quatro guardas municipais faziam a segurança no local e não permitiram o registro fotográfico da depredação. Segundo um deles, que preferiu não ser identificado, foi o primeiro dia de reforço presencial.
Ainda segundo o servidor, as equipes se revezarão em escalas de 6h pelo dia e no período da noite haverá ronda.
Prefeitura de Maceió analisa reforma e reocupação do imóvel
A Secretaria de Comunicação de Maceió (Secom) informou que um projeto de reestruturação será enviado à Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) até sexta-feira. Segundo o órgão, a Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) ocupará o Palacete após a reforma. No entanto, ainda sem prazo definido.
“Não há previsão para início das obras, mas o projeto de reforma e adequação do prédio será finalizado e encaminhado à Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) ainda esta semana. A Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) aguarda a aprovação do projeto de recuperação, que deverá ser executado conforme padrão determinado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para edificações históricas”.
A assessoria de comunicação da Fmac foi procurada e confirmou que existe a possibilidade de transferência do órgão, mas também não soube explicar em quanto tempo isto ocorrerá.
“O que divulgamos hoje é que a Prefeitura está fazendo um orçamento e posteriormente quando o prédio for recuperado existe essa possibilidade de a Fmac ocupar. Não temos prazo, vai depender desse orçamento que não foi finalizado”, informou o órgão por meio de assessoria.
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