Cidades
Movimentos sociais iniciam Jornada em Alagoas com ocupação do Incra em Maceió
Camponesas denunciam a paralisia na Reforma Agrária e o ataque do governo Michel Temer (PMDB) ao campo
Cerca de 1500 camponesas de todas as regiões do estado iniciam na manhã desta terça-feira (07) a Jornada de Luta das Mulheres em Alagoas com a ocupação da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na capital Maceió.
As camponesas denunciam a paralisia na Reforma Agrária e o ataque do governo Michel Temer (PMDB) ao campo brasileiro com a MP 759, que trata da regulamentação fundiária, com medidas que ameaçam as trabalhadoras e trabalhadores rurais, retirando diversos direitos conquistado pelas lutas das camponesas e camponeses ao longo dos anos, além de criminalizar os movimentos que lutam pela democratização da terra e seus processos de mobilização.
“O que o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer está propondo é um verdadeiro golpe na Reforma Agrária e na luta dos camponeses. Por isso nós, mulheres do campo, iniciamos nossa jornada de lutas do mês de março ocupando o Incra com nossa bandeiras e instrumentos de trabalho, para dizer que estamos despertas contra qualquer atitude que ameace o que conquistamos em nossa história”, destacou Margarida da Silva, da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Dão corpo às ações em torno da jornada, a unidade dos movimentos do campo em Alagoas que, além do MST, participam o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), CPT (Comissão Pastoral da Terra), MVT (Movimento Via do Trabalho), MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), MLT (Movimento de Luta pela Terra), MUPT (Movimento Unidos Pela Terra) e Terra Livre.
Ainda de acordo com a dirigente do MST, as camponesas iniciam as Jornadas de lutas de 2017 dando o tom do que devem ser as ações populares ao longo do ano. “Estamos vivendo um período de grandes ataques aos direitos da classe trabalhadora, 2017 deve ser um ano de grandes lutas e de muita resistência e as mulheres camponesas iniciam esse processo em todo o país, contra o agronegócio e na defesa dos nossos direitos”.
A jornada acontece em todo o país, marcando a passagem do dia 8 de março, dia internacional de luta da mulher, mobilizando diversas mulheres do campo e da cidade.
“Nossa jornada é uma demonstração da resistência das mulheres camponesas”, destacou Diana Aleixo, do MLST. “Não vamos aceitar o golpe na Reforma Agrária, nem o golpe na Previdência! Cada uma dessas medidas do governo golpista, afetam diretamente a vida das mulheres que vivem no campo. Estamos mobilizadas para denunciar cada ataque à vida das mulheres e para demonstrar nossa disposição de construir lutas na defesa da democracia e dos direitos das mulheres que vivam no campo ou na cidade”.
As camponesas montam acampamento em Maceió e seguem mobilizadas nos próximos dias, onde somam-se às ações em conjunto com os movimentos de mulheres urbanas, pautando o direito das mulheres e, em especial, a defesa da Previdência Social pública, universal e que garanta as trabalhadoras e trabalhadores o direito a uma aposentadoria digna.
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