Brasil

Novas denúncias intensificam atos contra Bolsonaro

Uma nova mobilização ocorre no sábado no Centro de Maceió para reforçar a necessidade do impeachment do presidente

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 03/07/2021 11h17
Novas denúncias intensificam atos contra Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Movimentos sociais anteciparam para este sábado, dia 3 de julho, os atos contra o governode Jair Bolsonaro (sem partido), que estavam previstos para acontecer no dia 24. A antecipação ocorre após as suspeitas de corrupção nas negociações da compra da vacina Covaxin para o combate à pandemia do Covid-19. Já estão confirmados atos em mais de 180 cidades no Brasil e no exterior que devem reunir milhares de pessoas exigindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Especialistas afirmam que a demora na compra das vacinas e início da imunização dos brasileiros provocou um número ainda maior de mortes causados pelo coronavírus. O Brasil já registrou quase 520 mil mortes. “Estamos mobilizando o pessoal em Alagoas para mais uma vez ir para as ruas contra o governo de morte, de retirada de direitos, da fome, da miséria. O percurso de sábado será diferente em Maceió. Com a abertura do Comércio, vamos nos concentrar na Praça Centenário a partir das 9h e seguimos para o Centro até a Praça Deodoro”, afirma Rilda Maria Alves, presidente da Central Única dos Trabalhadores – Alagoas (CUT). Rilda destaca que 50% da população brasileira está em situação de vulnerabilidade, desempregada, sem renda e sem alimentação. “Além de tudo, a CPI da Covid está escancarando a corrupção do governo federal na compra das vacinas. Não bastasse o desleixo e negacionismo, agora sabemos também que houve tentativa de propina nas negociações da compra das vacinas, que poderiam ter salvado a vida de milhares de brasileiros”, continua. Outra pauta em evidência são as privatizações das empresas públicas. “A reforma administrativa não é um ataque somente aos servidores públicos, mas também à garantia do serviço público para a população brasileira. A gente sabe da precarização que virá com a privatização e vamos chamar a responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira [Progressistas], para dar respostas à sociedade”, disse Rilda Alves. O ato está sendo construído por movimentos sindicais, sociais, juventude, sociedade organizada e a sociedade civil que está cada vez mais aderindo à luta. “Pedimos a todos que irão participar do ato que tomem todo cuidado com as questões de distanciamento, usando máscaras e álcool em gel”, solicitou a presidente da CUT-AL. ADESÃO CRESCENTE Para a cientista política Luciana Santana as manifestações são movidas principalmente pelas críticas ferrenhas sobre a conduta de Jair Bolsonaro ao longo da pandemia. “Seja em termos de omissão e inação política na adoção de medidas importantes, quanto também sobre as próprias posturas negacionistas e de contrariedade a princípios científicos que são necessários no enfrentamento de uma pandemia”, opina. Luciana acredita que este terceiro ato tenha uma adesão ainda maior nas ruas. “Como novidade, teremos não apenas pessoas da esquerda, o que mostra que o movimento tem ganhado adesões. O pedido do ‘super impeachment’ já lustra bastante essa situação. A adesão está aumentando e a gente deve ter mais manifestações nas ruas daqui pra frente”, continua a cientista política. Luciana Santana destaca ainda que a CPI da Covid que está transcorrendo no Senado Federal tem derrubado as bandeiras que elegeram Bolsonaro, como a luta contra a corrupção.