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Tio de Michelle Bolsonaro que estava foragido por estupro é preso no DF

Irmão da mãe da primeira-dama, Gilmar Firmo Pereira foi condenado em 2018 a 14 anos, 4 meses e 24 dias em regime fechado por estupro

Por Mirelle Pinheiro e Nathália Cardim com Metrópoles 13/07/2020 08h15
Tio de Michelle Bolsonaro que estava foragido por estupro é preso no DF
Reprodução - Foto: Assessoria
O tio materno de Michelle Bolsonaro, Gilmar Firmo Ferreira, de 44 anos, foragido da Justiça pelo crime de estupro, foi preso na noite desse sábado (11/7). Ele foi encontrado no conjunto G da QNM 40, em Taguatinga, por volta das 22h. A região é uma das mais pobres e violentas do Distrito Federal. Dois policias civis da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) localizaram Gilmar e o levaram para a 12ª DP (Taguatinga centro). Segundo informações contidas na ocorrência, a equipe recebeu denúncia anônima dizendo que o procurado estava no local. Os agentes fizeram o monitoramento do endereço e solicitaram que uma das moradoras do imóvel chamasse o tio de Michelle. Após ele sair da residência, os policiais deram voz de prisão e conseguiram detê-lo. Gilmar é o irmão mais novo de Maria das Graças, mãe de Michelle Bolsonaro, e foi condenado em 2018 a 14 anos, 4 meses e 24 dias, em regime fechado, por estupro. O caso foi revelado em reportagem do Metrópoles em agosto de 2019. De acordo com a denúncia registrada na delegacia, a vítima – uma criança na época – começou a sofrer abusos no ano 2000. Ele é casado com a tia da menina. Em um relato detalhado, a vítima contou que Gilmar pegou a mão dela e colocou nas partes íntimas dele. A garota teria entrado na casa da tia para tomar banho e surpreendeu-se ao ver que o homem a estava observando. Na ocasião, segundo a denúncia, o agressor teria dito: “Você está ficando mais gostosa que a sua tia, ainda vou ficar com você”. Veja o relato na ocorrência: [caption id="attachment_386892" align="aligncenter" width="609"] Material cedido ao Portal Metrópoles[/caption] Quatro anos depois, aos 14, a menina teria sofrido novo ataque. Ela dormia no sofá da casa da tia, quando acordou e viu Gilmar com as calças arriadas. O homem, segundo as acusações, teria deitado em cima dela e mandou a vítima não gritar. O ato não teria sido concretizado porque a adolescente contou que pediu ajuda. Apesar de ninguém ter aparecido na ocasião, o suposto agressor a teria deixado ir embora. A garota conta ainda que, em 2005, Gilmar a beijou à força. Segundo a ocorrência policial, a mãe dela e a tia, mulher de Gilmar, sabiam dos abusos, mas nada fizeram, porque o homem tinha um perfil agressivo. A menina explicou à polícia que demorou a denunciá-lo porque a tia teria implorado para ela perdoar o agressor. Mas mudou de ideia após descobrir ataques similares de Gilmar a uma prima, que também havia sido violentada por ele e estava com sinais de depressão. As duas resolveram registrar ocorrência e solicitar medidas protetivas. No depoimento, a prima revelou que os estupros tiveram início quando ela tinha 5 anos de idade. Só cessaram após completar 14. Os abusos teriam ocorrido tantas vezes que a menina não soube precisar a quantidade. Como descreve a denúncia, em um dos episódios, a criança assistia a um desenho animado quando saiu para comprar balinhas. Ao voltar à residência, Gilmar estava sentado na sala vendo vídeos pornográficos. Aos investigadores, ela relatou que o tio pegou uma faca e a obrigou a assistir às cenas de sexo. Ainda de acordo com o depoimento, o homem tirou as calças e passou o órgão genital nas partes íntimas da vítima. Assustada, a garota fez um desenho retratando a dinâmica dos abusos e mostrou para as tias. As famílias moravam na mesma casa.