Brasil

Assessor da presidência do Fluminense e mais 3 são presos em operação por repasse de ingressos a organizadas

Segundo a investigação, clubes davam ingressos até mesmo para torcidas organizadas proibidas de entrar nos estádios por atos violentos. Presidente da torcida Raça Fla também foi preso

Por G1 11/12/2017 07h47
Assessor da presidência do Fluminense e mais 3 são presos em operação por repasse de ingressos a organizadas
Reprodução - Foto: Assessoria

O assessor de imprensa da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, foi preso nesta segunda-feira (11) junto com outras três pessoas na Operação Limpidus, que investiga repasses de ingressos de partidas de futebol para torcidas organizadas — até mesmo para as que estão proibidas de entrar nos estádios.

(CORREÇÃO: Inicialmente, a Polícia Civil informou que Mahmoud era diretor de marketing do clube. Na realidade, ele é assessor de imprensa da presidência. A informação foi corrigida às 7h27).

O G1 pediu um posicionamento do Fluminense sobre a operação mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

Além de Mahmoud, foram presos o presidente da torcida organizada Raça Fla, Alesson Galvão de Souza, e dois da empresa Imply, responsável pela confeção de ingressos: Monique Patricio dos Santos Gomes e Leandro Schilling. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa deles.

Delegada: Clube que dá ingresso, fomenta violência

É a segunda fase da operação, deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil. No total, são 14 mandados de prisão — mas cinco já haviam sido cumpridos na primeira fase. Um dos procurados, que seria chefe de segurança do Vasco, não foi encontrado nem em casa, nem no trabalho.

"Os dirigentes (dos clubes) forneciam ingressos para dirigentes de torcidas organizadas, que caíam muitas vezes nas mãos de cambistas", afirma a delegada Daniela Terra, da DRCI.

Na semana passada, três integrantes de torcidas organizadas do Fluminense foram presos. Eles são acusados de receber ingressos da diretoria do clube e revendê-los a cambistas. Dirigentes e membros de torcidas do Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo também foram conduzidos coercitivamente (quando alguém é levado para depor).

De acordo com a polícia, os integrantes de torcidas organizadas, mesmo as suspensas de frequentar os estádios, recebiam ingressos com frequência.

"Essa é a grande questão: um clube fomenta a violência na medida em que fornece ingresso descumprindo decisão judicial entregando para torcidas organizadas afastadas por motivos de violência, diz Terra.