Brasil
Assassinato de sobrinha-neta de Sarney teve requintes de crueldade
Vítima lutou para se defender do estupro e foi esganada por Lucas Porto
O empresário Lucas Leite Ribeiro Porto, que está preso na penitenciária de Pedrinhas (MA), suspeito do estupro e assassinato da cunhada Mariana Costa, de 33 anos, sobrinha-neta do ex-presidente da República José Sarney, praticou o crime de forma extremamente violenta, com requintes de crueldade e ainda arrumou a cama e os lençóis para simular que o caso foi um suicídio, segundo o laudo dos peritos da Superintendência de Polícia Técnico Científica do Maranhão.
“Não houve dúvida sobre a autoria. Os laudos revelam que a senhora Mariana travou rigorosa luta contra Lucas, que foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e estupro”, afirmou Jefferson Portela, secretário de Segurança Pública do Maranhão.
A perícia revelou inchaço na cabeça, manchas nas pernas, marcas de esganadura no pescoço e outras lesões de defesa, que indicam uma intensa luta corporal entre Mariana e Lucas.
As investigações apontam que a vítima foi surpreendida enquanto dormia e que após matar a cunhada, Lucas tentou eliminar vestígios na cena do crime. “Ele gastou tempo arrumando a cama e os lençóis para dar ideia de normalidade à cena, para dar ideia de suicídio ou outro motivo”, relatou Portela.
O delegado da Superintendência de Homicídios, Leonardo Diniz, afirmou também que foi um crime premeditado. "O assassino se aproximou da vítima, sabendo as condições do apartamento e como ela estaria só no intuito de praticar o delito do estupro”, disse o delegado, durante a entrevista coletiva convocada nesta quarta-feira (23) para revelar os detalhes da perícia.
"É feminicídio e sem defesa, configurando crime qualificado”, afirmou o delegado geral Lawrence Melo. Lucas Porto foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e estupro.
O exame no corpo de Mariana mostrou que primeiro ela sofreu tentativa de esganadura, depois sufocação. “O que nos fez pensar que é um homicídio duplamente cruel”, afirmou Miguel Alves, chefe da Superintendência de Polícia Técnico Científica.
O crime aconteceu na tarde do dia 13 de novembro, dois dias depois (15), Lucas confessou o assassinato, mas disse que sufocou Mariana com um travesseiro. Os laudos revelados pela polícia, no entanto, revelam um outro enredo, este marcado pela violência e dissimulação de Lucas.
No dia do crime, Lucas entrou no apartamento de Mariana, por volta das 15h e permaneceu por cerca de 40 minutos. Depois ele desceu pelas escadas de forma rápida. Fora do prédio, ele realizou uma ligação de cerca de oito minutos e foi embora. Lucas ainda retornou ao prédio depois, usando outra roupa. O exame no corpo de Mariana mostrou que primeiro ela sofreu tentativa de esganadura, depois sufocação.
Apesar de bárbaro, casos como o de Mariana não são raros no Brasil: a cada uma hora e meia um homem assassina uma mulher no País, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Fazemos parte do 5º país com maior taxa de assassinatos femininos no mundo, segundo o Mapa da Violência 2015.
Outros crimes
Em 2007, Lucas teve um envolvimento com a polícia. Na época o empresário foi acusado por estelionato, porte ilegal de arma e também, falsa comunicação de crime.
Segundo a polícia, ele pego em flagrante com uma pistola calibre 765 e dois carros que usava para cometer crimes contra seguradoras. Em Fortaleza, ele fazia um registro falso de roubo de carro e com o documento ele acionava as seguradoras para receber o dinheiro do seguro. De acordo com a polícia, ele chegou a receber cerca de R$ 100 mil com o golpe.
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