Turismo

Jaramataia, porta de entrada do sertão, vai entrar na rota do turismo imobiliário

Município sertanejo também possui o maior açude alagoano, que mede 240 hectares de área

Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Região Norte 24/10/2023 16h55 - Atualizado em 24/10/2023 22h08
Jaramataia, porta de entrada do sertão, vai entrar na rota do turismo imobiliário
Maior açude alagoano fica em Jaramataia - Foto: Edilson Omena

Capitaneado pelo consultor imobiliário Kenny Wilson, que é delegado distrital do Creci/AL, um grupo de investidores esteve visitando a região do semiárido de Jaramataia, porta de entrada do sertão alagoano e que abriga o principal e maior açude de Alagoas, construído na década de 60 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), para tentar viabilizar a entrada do município no roteiro do turismo imobiliário, já que nas proximidades do açude, no povoado de São Pedro, deverá surgir um projeto imobiliário com o objetivo de mudar a realidade da região.

O açude Jaramataia foi construído na cidade que leva o mesmo nome do reservatório, no início da década de 60, para ser uma alternativa de abastecimento nos períodos de estiagem. O povoado de São Pedro fica às margens do açude, cuja principal atividade dos moradores é a pesca artesanal. São cerca de 450 moradores da comunidade, que vivem, até hoje, da pesca realizada nas águas do açude.

Povoado São Bento fica às margens do açude e tem como principal atividade a pesca artesanal (Foto: Edilson Omena)

O açude Jaramataia banha o povoado, cujo reservatório mede 340 hectares de área e tem capacidade para armazenar quase 20 milhões de metros cúbicos de água, que é salobra, imprópria para o consumo humano, mas adequada para ajudar na criação de animais. Começou a ser construído em 1962, sendo entregue à população em 1967. Com o passar dos anos, o reservatório passou a ser utilizado também pelos moradores como fonte de renda com o desenvolvimento da pesca. Foi a partir do riacho Sertão, afluente do rio Traipu que foi possível a construção do Jaramataia. As águas ajudam na criação de gado bovino, impulsionam a irrigação e promovem a criação de peixes, originando uma colônia de pescadores denominada São Pedro Z-29.

A comunidade carrega algumas tradições, uma delas é fazer as fogueiras em homenagem aos santos do mês de junho. Como a comunidade fica numa área rural, moradores de casas mais distantes se preparam para acender a fogueira em homenagem a São Pedro, conhecido por ser o santo que possui as chaves do céu e que tem o poder de fazer chover, segundo a cultura popular. A tradição é como uma forma de agradecimento pelas dádivas que o santo proporcionou à comunidade desde que foi escolhido como padroeiro.

Da praça central da cidade é possível ver a imponência do açude, que fica a poucos metros do centro, estendendo-se até o Povoado São Pedro II, conhecido como Acampamento de Baixo, zona rural. Lá estão construídos o sangradouro da represa bem como o imenso paredão de pedras que serve para conter os milhões de litros d'água. Há ainda tanques para a criação de tilápia em cativeiro e uma bica, que atualmente está desativada. Além da tilápia, tem muita manjubinha e camarão pequeno. Tanto é que em janeiro de 2024, a colônia de pescadores vai promover o Segundo Festival do Peixe.

(Foto: Edilson Omena / Drone)