Turismo

Rota Caminhos de Dona Francisca, na Serra Catarinense, tem validação técnica do MTur

Rota oferece ao visitante uma imersão envolvendo a produção de cachaça e mel

Por Vitória Moura / MTur 16/11/2022 15h23
Rota Caminhos de Dona Francisca, na Serra Catarinense, tem validação técnica do MTur
Equipes do MTur e UFF fazem validações em Joinville (SC) - Foto: Arquivo pessoal

Belas paisagens bucólicas e propriedades rurais que oferecem ao visitante uma imersão para conhecer de perto a produção de cachaça e mel. Os atrativos fazem parte da Rota Caminhos de Dona Francisca, que fica na Serra Catarinense e é o quinto roteiro validado dentro do projeto “Experiências do Brasil Rural”, edição de 2022. A ação, que fomenta o turismo rural no país, é uma parceria entre os Ministério do Turismo (MTur) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e da Universidade Federal Fluminense (UFF). As visitas técnicas do MTur e da UFF foram realizadas entre os dias 7 e 12 de novembro.

A Rota contempla 14 experiências turísticas localizadas em Joinville, cidade que tem forte influência da cultura alemã. Durante os cinco dias foram visitados Vale das Pitaias, Apiário Pfau, Sitio Vó Bia, Restaurante e Pastelaria Max Moppi, Canela Preta, Hotel Anfler Holf, Quinta da Mildau, Restaurante Rio da Prata, Casa Kruger, Rural Mews Hospedagem, Restaurante e Hotel Hubener e as propriedades Ango Kersten, Alles Blau Cuca e Café.

Nas visitações, os técnicos puderam conhecer a história da construção da Estrada Dona Francisca (SC-418) feita por volta de 1858 e que está rodeada por paisagens da Serra do Mar. As propriedades que possuem uma construção colonial com características alemãs fazem parte das terras da Princesa Dona Francisca, irmã de D. Pedro II. Herdadas após seu casamento com o Príncipe de Joinville, a estrada é a segunda via carroçável do Brasil, que foi uma importante rota comercial para o Brasil.

O início das validações, no dia 7, os técnicos visitaram a propriedade Ango Kersten. Em meio às serras, o anfitrião apresentou o Museu Rural, que guarda antigos artefatos coloniais, muito artesanato, uma fábrica de melado e um divertidíssimo passeio de trator que proporciona atravessar uma linda cachoeira. Há um minuto de Ango está a propriedade Alles Blau Cuca e Café, um lindo e aconchegante café com gastronomia alemã e uma grande variedade de cucas - morango, banana, abacaxi, amora, queijo - receita típica da região.

No Vale das Pitaias, a equipe se surpreendeu com os 11 tipos de pitaias que formam um corredor vivo que parece até cactos, existentes na propriedade! Falando em flores, a floricultura Flora Neitzel possui uma variedade de flores, com muito carinho e harmonia, a sua principal produção fica responsável pelo gerânio, que apresenta cores vermelhas, rosas, laranjas e até mescladas.

Em um ponto mais alto na Serra, os técnicos conheceram o Sitio Vó Bia. A propriedade possui uma experiência de imersão na natureza que envolve uma trilha de duas horas. Interação com a natureza também é o atrativo da Quinta da Mildau. Localizada no Morro da Tromba, a Serra tem um formato que lembra um elefante e, além de contemplar as riquezas naturais, pode-se interagir com tartarugas, peixes, galinhas, coelhos, pavões.

Perto do Morro da Tromba, na bacia hidrográfica do Rio Preto, o Apiário Pfau, propriedade da Dona Ilse Pabst, apresenta a experiência “Doce Herança Cultural”. No Apiário onde “tudo renasce na colmeia”, a fazenda traz mais de 3 tipos de mel e os turistas podem conhecer de perto as abelhas da propriedade. Lembrando de herança cultural, a propriedade Canela Preta traz uma marcante história do tempo em que funcionavam as serralherias na cidade. No museu da família é possível se transportar por meio da janela do passado, com uma bela vista para a cachoeira que fica atrás da casa.

Dentro da natureza também é possível se hospedar! É o que promove o Hotel Angler Hof, o Rural Mews Hospedagem e o Restaurante e Hotel Hubener. Cada um com suas características únicas. O Rural Mews possibilita ao turista conhecer a produção de cachaça da região e se hospedar interagindo com os animais da propriedade. O Hubener, tipicamente alemão, é famoso pela gastronomia deliciosa com a oferta de pratos exóticos, como o hackepetter, que traz a carne de marreco processada com pimenta branca moída, sal, chimichurri, azeite, molho inglês, gema, conhaque. O Hotel Angler Hof há poucos minutos de Joinville oferece tranquilidade, conforto e a praticidade além de uma linda vista para a Serra.

Outro atrativo turístico da Rota é a Casa Kruger. Tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, construída em 1925, o local conta a história da cidade e apresenta uma arquitetura de porte e acabamentos refinados, com pinturas de origem italianas que duram até hoje. A Casa Kruger deixa os turistas livres para vivenciarem a antiga propriedade e possui até roupas da época para uma experiência completa.

Dentro da parte gastronômica da Rota, a propriedade Max Moppi traz mais de 200 sabores de pasteis super requisitados na região e por quem passa pela cidade. Além disso, é possível conhecer de perto a produção de cachaça e degustar os mais diversos sabores de cachaça e licor com mel, jabuticaba, café, folha de figo e muito mais. Se você gosta de pasteis também pode conhecer o Restaurante Rio da Prata, muito visitado na região e com uma ótima localização.

COZINHA SHOW

A validação técnica também contou com a experiência gastronômica do Cozinha Show na Quinta da Mildau. Na cidade feliz (significado de Joinville), o chefe local apresentou um prato com a cachaça e o mel produzidos na região. O profissional usa a gordura do marreco (animal utilizado em vários pratos no restaurante Hubener) para fritar o frango que também será flambado na cachaça regional Max Moppi e temperado com sal e pimenta. Chegam para dar outros sabores o bacon e o aipim da região, completando o prato batizado de Dona Chica que é finalizado com pimenta jamaica e raspas de limão siciliano.

Outro preparo experimentado pela equipe técnica foi o prato do chefe Zeca Amaral, uma releitura que envolve o filé de robalo pescado na região. O peixe é defumado na gordura de marreco com suco do limão e raspas de limão siciliano. Também é utilizado o melaço para glaciar e a cachaça para flambar. De acompanhamento, o chef utiliza cogumelos colhidos e flores comestíveis também da região.