Turismo
Espeleoturismo: desbravando cavernas brasileiras
No Brasil existem cerca de 22.623 cavernas categorizadas no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas do ICMBio
Há beleza em diversas partes do mundo, prova disso são as cavernas presentes nos Estados Unidos, França, Itália e, claro, no Brasil! Marcada pela sua estrutura de canais horizontais e/ou verticais, com fraturas e estruturas geológicas de variações irregulares, as cavernas são exploradas desde muito tempo e nelas habitam uma história que ultrapassa séculos.
Na vontade de desbravar a natureza brasileira, os turistas se aventuram dentro e fora das cavernas, promovendo o espeleoturismo, categoria de aventura famosa no Brasil e que de incomum só tem o nome. O segmento está ligado ao Ecoturismo, Turismo de Aventura, Turismo Religioso e o Educacional/Pedagógico. Além disso, as cavernas proporcionam vários tipos de diversão, associados a inúmeras paisagens, variando entre possibilidades contemplativas, interativas e até mesmo espirituais ou esotéricas.
AVENTURA
O turismo de aventura está presente pelo Brasil inteiro, com ele é possível experimentar ministério e emoção com visitas em diferentes ambientes das grutas e cavernas. Entre as atividades disponíveis para o espeleovertical estão: o mergulho em cavernas e, até mesmo, o salto de base jump e de bungee jump em abismos. Algumas cavernas possuem acesso a iluminação artificial e proporcionam uma visitação incrível por dentro da exuberância rochosa, lugares como Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas em Minas Gerais, possuem maior acesso de visitação fornecendo conforto e segurança aos turistas. O esporte de rapel no abismo pode ser praticado em Anhumas, em Bonito, no Mato Grosso do Sul.
CONTEMPLATIVO
Geralmente os turistas que gostam dessa categoria admiram as formas inusitadas, como os cones, torres e dolinas do relevo de superfície, os rios de águas cristalinas, as cachoeiras que se transformam devido as tufas calcárias, os espeleotemas (depósitos químicos recorrentes formados por rochas carbonáticas), as diferentes formas de observar as cores das rochas, os vestígios paleontológicos e as pinturas rupestres são alguns dos elementos que fazem os espeleoturistas se apaixonarem pela arte contemplativa.
EDUCACIONAL
As cavernas também são utilizadas como material educacional ambiental para crianças, jovens e adultos. São diversas os campos de estudo aplicados, como a geologia, geomorfologia, climatologia, biologia, ecologia, turismologia, as ciências sociais, engenharias ambientais, entre muitas outras.
Pensa que acabou? O espeleoturismo é enorme e possui uma variedade de possibilidades para conhecimento. Existem ainda outras categorias como a espeleofotografia, a arte que possibilita registrar a natureza e a beleza por dentro das cavernas. Existe ainda o espeleomergulho, a modalidade de esporte praticada em grutas. Também atrelada ao bungee jump em abismos, é possível acessar espaços subterrâneos inundados e de difícil acesso, seja para fins de exploração espeleológica, de espeleoresgate ou apenas para mergulhos turísticos.
HISTÓRIA
Além de toda a beleza natural que as cavernas possuem, elas carregam uma história criada pelos homens das cavernas que habitaram o interior dessas superfícies deixando cultura e arte rupestre. Esses ambientes são carregados de um riquíssimo acervo arqueológico que representa e conta um pouco da cultura dos nossos antepassados e podem ser encontrados em lugares como o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato no Piauí; Cariris Velhos, na Paraíba; Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais e muitos outros.
DADOS
O anuário Estatístico de Patrimônio Espeleológico Brasileiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de dezembro de 2021, mostra que no Brasil existem 22.623 cavernas registradas no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE). De acordo com o Instituto, Minas Gerais possui 10.570, representando 46,72% do total existente no país - é o estado brasileiro com o maior número de cavernas conhecidas. Em seguida, está o Pará com 2.858 (12,63%), e a Bahia, com 1.694 (7,49%).
As cavernas se tornaram uma ferramenta importante para pesquisas em diversas áreas, para estudos e projetos de preservação do meio ambiente. A maioria das cavernas brasileiras se encontram no cerrado, totalizando cerca de 10.633 (47%).
O levantamento de dados mostra a categorização por estruturas rochosas, sendo as carbonáticas o maior número entre as cavernas, com 12.017, 53% da base de dados. Consecutivamente estão as siliciclásticas com 3.977 (18%) e as ferruginosas com 3.008 (13%).
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