Após a vinda dos portugueses ao país e a constante luta pela posse de territórios brasileiros com outros vizinhos europeus, foi a vez da chegada dos Jesuítas ao sul do Brasil. Iniciada no ano de 1549, as Missões Jesuíticas - projeto português missionário que alcançou indígenas no país - marcam a presença de padres jesuítas na América. Hoje, o local que integrava a ocupação, São Miguel das Missões (RS), é um importante destino turístico internacional e será, nesta sexta-feira (02.09), o tema do quarto episódio da série “Caminhos do Bicentenário” produzida pela Agência de Notícias do Turismo.

Uma curiosidade é que as missões eram compostas basicamente da igreja, colégio, oficinas, cemitério, cotiguaçu (casa grande das viúvas que, entre outras atribuições, cuidavam dos órfãos), e hospedaria. Com a expulsão dos jesuítas (1768), a região que foi colônia espanhola, a partir de 1801 passou para o domínio de Portugal.

Atualmente, o local é sede do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo ou como é popularmente conhecido: Ruínas de São Miguel das Missões. O conjunto arquitetônico é considerado um dos mais importantes do Brasil e foi tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Integra ainda o roteiro turístico local a Aldeia Guarani, o Museu das Missões, a Cruz Missioneira, a Fazenda da Laje, a Fonte Missioneira, o Ponto de Memória Missioneira e o Pórtico com escrita em guarani – CO YVY OGUERECO YARA, que significa "esta terra tem dono".

Além desses atrativos, os turistas podem conferir na região, a Catedral Angelopolitana, de Santo Ângelo; este inclusive, foi o último dos Sete Povos das Missões. Hoje, a cidade possui uma rica cultura por causa de etnias que se estabeleceram com a vinda de imigrantes. Entre as atrações turísticas estão os museus Dr. José Olavo Machado, Marechal Rondon e Ferroviário. O Santuário de Schoenstatt e o Memorial Coluna Prestes, primeiro monumento de Oscar Niemayer no estado, integram o roteiro turístico por onde o turista pode conhecer um pouquinho mais da história desta imponente cidade.

Ainda no roteiro, os visitantes podem passar por Ijuí, localizada na região turística da Rota do Yucumã. A cidade mantém suas raízes preservadas por meio de três Centros de Tradições Gaúchas “CTG's”. A Usina Velha, situada no destino, é a mais antiga geradora elétrica do Rio Grande do Sul em operação e oferece infraestrutura para receber turistas, com cascata e belas paisagens. Ijuí recebeu imigrantes de várias nacionalidades e é conhecida por “Terra das Culturas Diversificadas”. Essa diversidade cultural é representada por dezenas de etnias numa exposição anual que atrai visitantes para a cidade.

E porque não passar por Cruz Alta, na Rota das Terras Encantadas? A cidade é terra do escritor Érico Veríssimo, nome do museu local e uma das atrações do município. Outros pontos turísticos são a Casa de Cultura, o Palácio da Intendência, a Maria Fumaça, a Cascata Nossa Senhora da Conceição, o Marco Nossa Senhora de Fátima e o Marco Inicial. A cidade ficava na linha do Tratado de Santo Ildefonso (1777), divisória das terras de Portugal e Espanha. O local era demarcado por uma grande cruz erguida pelos Jesuítas em 1698.