Turismo

Empresário do setor hoteleiro pede união de forças para tentar acabar com a poluição do Riacho do Ferro, em Cruz das Almas

Por Cluadio Bulgarelli - Sucursal Litoral Norte com Tribuna Hoje 14/07/2022 12h00
Empresário do setor hoteleiro pede união de forças para tentar acabar com a poluição do Riacho do Ferro, em Cruz das Almas
Empresário, Marcio Coelho - Foto: Divulgação

O empreendedor hoteleiro, Márcio Coelho, diretor do Grupo Ritz, detentor das marcas hoteleiras Ritz Lagoa da Anta e Ritz Home Suítes, em Maceió, além do Ritz Barra de São Miguel, um condo hotel que está em fase de construção na praia Bonita e de projetos que estão nascendo na praia do Carro Quebrado, na Barra de Santo Antônio, como o beach club das Lontras, em entrevista exclusiva para o TV Tribuna Web, voltou a afirmar que é necessário urgentemente a união de forças de todo o trade turístico, juntamente com a prefeitura de Maceió, Governo do Estado e órgãos ambientais para tentar resolver o grave problema da poluição causada pelo Riacho do Ferro, na praia de Cruz das Almas, que coincidentemente deságua num trecho de mar entre os três hotéis classificados como 5 estrelas da capital.

O empresário, que abordou o tema das línguas sujas numa cidade que cada vez mais se abre para o turismo internacional, alertando que esse tipo de turismo, ao contrário do turismo doméstico, ou seja, de dentro do Brasil ou da própria região, procura viver mais a capital, querendo conhecer os recantos, as atrações, o artesanato, a culinária local e as praias. Nesse quesito, o riacho das águas férreas, ou Riacho do Ferro, representa um grande entrave ambiental para esse novo nicho de turismo. Por isso ele defende a retomada de uma discussão séria entre todos os envolvidos para se encontrar uma solução.

O Riacho das Águas Férreas, ou Riacho do Ferro, que nasce no coração do bairro do Barro Duro, e percorre seis outros bairros até chegar em Cruz das Almas, onde deságua no mar, é um dos mais poluídos da cidade. O curso, que foi modificado várias vezes ao longo dos anos, inclusive, em uma delas foi no local onde ele deságua, que passou do final da Jatiúca para Cruz das Almas, por causa da expansão urbana. O grande problema desse riacho é que todo o leito está completamente poluído e com altos índices de toxicidade.

Duas pesquisas feitas entre os anos de 2010 e 2013 pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) revelaram que o riacho é intermitente, ou seja, o fluxo de água superficial pode até desaparecer durante seu período de estiagem. No verão, toda a água vista no que seria o rio vem dos esgotos das grotas que ficam no entorno da bacia do riacho, no Barro Duro, passando por Feitosa, Jacintinho, Jacarecica, São Jorge, Mangabeiras, até chegar em Cruz das Almas.

As pesquisas constataram ainda que de cinco riachos analisados na capital alagoana, o Riacho do Ferro é o mais poluído, ou seja, apresenta a maior toxicidade. Outro fator que contribuiu durante décadas para a degradação do riacho foi o chorume produzido pelo antigo lixão, localizado no São Jorge, que chegava até o rio. Segundo a pesquisa, na época cerca de 15 mil pessoas moravam em favelas ao longo do riacho.