Turismo

Grupo Renda-se e agência Top Models farão desfile de moda durante o Segundo Prêmio Alagoano de Turismo

O Grupo Produtivo Renda-se, formado por 10 artesãs do Pontal da Barra e outras de Marechal Deodoro, foi criado pela empresária e artesã Adriana Gomes

Por Cluadio Bulgarelli - Sucursal Litoral Norte com Tribuna Hoje 13/04/2022 16h59 - Atualizado em 14/04/2022 17h43
Grupo Renda-se e agência Top Models farão desfile de moda durante o Segundo Prêmio Alagoano de Turismo
Adriana Gomes, do grupo Renda-se - Foto: Edilson Omena

Com apoio da Jorgraf, a cooperativa que reúne jornalistas e gráficos responsável pela edição da Tribuna Independente e do portal Tribuna Hoje, a Revista Class Magazine, editada pelo jornalista Claudio Bulgarelli, o Segundo Prêmio Alagoano de Turismo, que vai acontecer no dia 4 de maio, no Maceió Mar Hotel, vai apresentar nesta 2ª edição um desfile de moda inédito usando o bordado filé como tema de fundo. O desfile será produzido pelo Grupo Produtivo Renda-se e a agência de modelos Top Models. Com apoio da Secretaria Municipal de Turismo de Maceió, da Vortex Investimentos e da Negócios Imobiliários Kenny Wilson, o prêmio vai prestar uma homenagem especial ao município da Barra de Santo Antônio, pelos avanços e pela política de atração de investimentos turísticos.

O Grupo Produtivo Renda-se, formado por 10 artesãs do Pontal da Barra e outras de Marechal Deodoro, criado pela empresária e artesã Adriana Gomes, que já foi presidente da Associação dos Artesãos do Pontal, surgiu para que cada artesã possa inovar em estilo e criar peças com desenhos autênticos. Os pontos básicos levam nomes singulares, próprios do universo feminino e da costa nordestina onde foram criados, como espinha de peixe, besourinho, jasmim, rosa, olho de pombo e casa de noca.

O nome filé vem do francês "filet" que quer dizer rede e, de fato, é um bordado sobre uma rede de fios. Ele é criado com temas florais em cima de uma trama que lembra a rede de pesca dos maridos das artesãs que vivem à beira das lagoas Manguaba e Mundaú, no litoral alagoano. É lá que as mulheres tecem a própria sobrevivência com fios coloridos e muita paciência. Depois de confeccionar as redes, elas esticam em um tear de madeira para que se inicie o bordado com diferentes sequências de pontos e que possibilitam variações diversas.

As produções mais comuns são roupas, bolsas, almofadas, pufes, toalha de mesa, xales, porta-guardanapos e jogo americano. Quanto mais fechados são os pontos, mais delicado é o trabalho. A marca do filé alagoano são as cores vibrantes que refletem a tropicalidade presente nas casas, nos barcos e nos figurinos das manifestações folclóricas regionais como o maracatu, o coco e o guerreiro.

O bordado filé é tão importante em Alagoas que foi registrado como patrimônio cultural e imaterial, ou seja, é uma tradição carregada de ancestralidade já que a mulher rendeira faz parte do imaginário popular brasileiro e é, desde muito, transmissora de um conhecimento que permeia a história de muitas famílias desde o período colonial. As mais de 30 mulheres que hoje integram o grupo idealizado e coordenado por Adriana já eram velhas conhecidas, vizinhas e parentes que perceberam uma oportunidade de fortalecer-se na união.

Trabalham atualizando o tradicional filé, aprendido com as mães, sempre atentas às tendências e exigências do mercado. Inovam nos usos de materiais, combinações e propostas. Para o desfile durante o segundo Prêmio de Turismo, Adriana Gomes, que já trabalha a mais de 25 anos com essa arte, pretende mostrar um pouco do universo filé alagoano. No vídeo, a artesã fala sobre a importância do filé para o estado. "É Patrimônio de Alagoas''.