Com o objetivo de fortalecer as práticas profissionais na rede de urgência e emergência acerca do atendimento e cuidado psicossocial de pacientes em situações de crise, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Maceió, geridas pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), promoveram um treinamento sobre manejo e abordagem ao paciente em surto psiquiátrico.

A iniciativa, que aconteceu em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), integra o processo de qualificação contínua das equipes, com foco na melhoria do atendimento prestado nas UPAs Benedito Bentes, Santa Lúcia e Trapiche da Barra. Durante a capacitação, foram abordadas estratégias de escuta qualificada, condução segura e tomada de decisão em contextos de crise, respeitando os direitos e as necessidades das pessoas em sofrimento psíquico.

“Após um levantamento feito pela Coordenação Assistencial da unidade, foi visto a necessidade desse tipo de treinamento para os profissionais”, revela Suellen Souza, psicóloga organizacional da UPA Benedito Bentes. “E esse treinamento foi aplicado com o intuito de desenvolver habilidades técnicas e comportamentais entre os profissionais para que possam identificar, intervir e conduzir adequadamente casos de surto psiquiátrico no contexto de urgência e emergência, utilizando protocolos de segurança, comunicação efetiva e técnicas de contenção física ou medicamentosa, quando necessárias, preservando a integridade física e emocional do paciente e da equipe”, complementa.

O treinamento foi conduzido por Leandro Lima, enfermeiro e técnico do setor de Atenção Psicossocial da SMS. Segundo o profissional, o atendimento psicossocial exige estratégias distintas de um atendimento clínico comum. “Diferente do atendimento clínico, que exige protocolos e direcionamentos específicos, o atendimento em Saúde Mental exige do profissional o manejo das relações interpessoais, da percepção das necessidades do paciente que chega na unidade e compreender os possíveis fatores que desencadearam essa situação de crise, para poder conduzir da melhor forma, seja por meio da construção do diálogo ou do manejo medicamentoso e, em casos mais graves, realizar a contenção”, explica.

O especialista também destaca que “é importante que as UPAs se comuniquem com a rede quando o paciente em surto psiquiátrico for regulado para uma unidade hospitalar ou se ele for encaminhado de volta ao seu território”. Nesses casos, “quando o paciente volta para o território, é necessário que os serviços de referência do município possam estar atentos a essa situação de crise que ocorreu dentro da UPA de forma episódica, a fim de que possam dar continuidade ao atendimento e evitar uma nova crise, principalmente nos casos de adoecimento mental crônico”, conclui.