Saúde

Campanha mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço

Estima-se que, entre 2023 e 2025, ocorram aproximadamente 39.550 novos casos anuais de câncer de boca, tireoide e laringe, totalizando quase 120 mil casos nesse período. No entanto, mais de 80% são diagnosticados de forma tardia

Por Assessoria 14/07/2025 16h35
Campanha mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço
Número de novos casos de câncer da cavidade oral e orofaringe por ano: Segundo dados do INCA, 15.100, o que corresponde a 6,59 casos/100 mil habitantes - Foto: Divulgação

O mês de julho é dedicado à conscientização mundial do Câncer Cabeça e Pescoço. O Brasil está entre os países com maior número de casos de câncer de cabeça e pescoço, que afetam regiões como cavidades orais (boca, língua, lábios, gengivas, céu da boca e bochechas) e nasofaringe (atrás do nariz e acima do palato mole), orofaringe (amígdalas, base da língua); faringe (parte da garganta), laringe (responsável pela voz), glândulas salivares e tireoide (glândula localizada no pescoço responsável pela produção de hormônios), segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

Com base nas estimativas para o triênio 2023-2025, são esperados cerca de 15.100 novos casos de câncer de boca, 16.600 de tireoide e 7.790 de laringe por ano, totalizando, aproximadamente, 39.550 novos casos anuais, e quase 120 mil casos ao longo de três anos, chegando a cerca de 118.650.

Número de novos casos de câncer da cavidade oral e orofaringe por ano: Segundo dados do INCA, 15.100, o que corresponde a 6,59 casos/100 mil habitantes. Para os homens a estimativa é de 10.900 casos (10,3/100 mil) e para mulheres, 4.200 casos (3,83 casos/100 mil).

Na maioria das vezes, os pacientes com câncer na região da cabeça e pescoço têm entre 50 e 70 anos e representa cerca de 3% de todos os cânceres. Uma grande parcela da população brasileira descobre a doença em estágio avançado, aproximadamente 80%, o que compromete a eficácia dos tratamentos, a qualidade de vida e as chances de sobrevivência.

A negligência dos sintomas e a demora no encaminhamento por parte de profissionais de saúde, especialmente, dentistas e médicos são alguns dos fatores que retardam o diagnóstico.

Principais fatores de risco: tabagismo; consumo de bebidas alcoólicas; exposição solar sem proteção (muito perigoso para o câncer de lábio); infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano, especialmente, tipos 16 e 18), exposição ocupacional a poeiras, níquel e outros produtos químicos.

Prevenção: não fumar e evitar o fumo passivo; limitar o consumo de álcool; a vacina é dos meios mais eficazes contra HPV (principalmente, para prevenção de cânceres orofaríngeos); proteção solar nos lábios e visitas regulares ao dentista.

Dez principais sintomas de cabeça e pescoço

· Feridas na boca, lábios e língua que não cicatrizam em mais de duas semanas

· Caroços ou nódulos no pescoço, mesmo que seja indolor

· Dor de garganta persistente que não melhora com tratamentos comuns, como antibióticos

· Rouquidão ou alteração na voz persistente por mais de duas semanas

· Dificuldade para engolir, para mastigar ou ainda a sensação de que há algo preso na garganta

· Dor de cabeça persistente, principalmente, quando acompanhadas de vômitos

· Sangramento nasal ou tosse com sangue pode ser indício para tumor maligno

· Inchaço na mandíbula ou no rosto

· Perda de peso inesperada

Portanto, qualquer sinal de alerta deve ser levado a sério. Oito em cada 10 brasileiros descobrem o câncer de cabeça e pescoço tardiamente: procure um dentista ou médico o quanto antes. Quanto mais cedo tenha o diagnóstico, maiores são as chances de cura que podem chegar a 90%", alerta a dentista e responsável pelo Grupo Técnico de Trabalho de Segurança de Cabeça e Pescoço da SOBRASP – Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, Janini Rosas.

Tratamentos disponíveis para os cânceres, inclusive, no SUS: cirurgias, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e reabilitação (fonoaudiologia, nutrição e apoio psicológico).

Profissionais que devem ser procurados em casos de qualquer um destes sintomas? O dentista desempenha um papel fundamental no diagnóstico, sendo o profissional capaz de identificar lesões pré-cancerosas durante exames de rotina, realizar biópsias de lesões suspeitas e participar da reabilitação após o tratamento. No entanto, outros especialistas também podem ser consultados, como cirurgiões de cabeça e pescoço, otorrinolaringologistas e oncologistas clínicos. Em muitos casos, o clínico geral pode fazer o encaminhamento adequado para esses profissionais.

Cenário no Brasil: Excluindo o câncer de pele não melanoma, o câncer de pescoço, no sexo masculino, é o 4° câncer mais frequente na região Sudeste, o 5° nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e a 6ª neoplasia mais frequente no Sul. No sexo feminino, é o 13° mais frequente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, o 15° na região Centro-Oeste e 16° na região Sul.

O câncer de tireoide é o mais comum em mulheres, seguido pelo câncer de boca e orofaringe. O carcinoma papilífero é o tipo mais frequente de câncer na tireoide, enquanto o carcinoma de células escamosas é mais comum em boca e orofaringe. Geralmente é diagnosticado em exames de rotina, com mais frequência em mulheres entre 18 e 35 anos.

Já os cânceres de boca (cavidade oral) e laringe são os mais registrados em homens. O de laringe é mais diagnosticado em homens acima de 40 anos.

Cânceres de cavidade oral e orofaringe





Cânceres da cavidade oral e orofaringe






Câncer de tireoide: Um dos cânceres que tem crescido no Brasil é o de tireoide. Para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 16.660 casos, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres. Esses valores, segundo o INCA, correspondem a um risco estimado de 2,33 casos novos a cada 100 mil homens e 12,79 a cada 100 mulheres. Confira tabela abaixo



Fonte: INCA