Saúde
Larvas de mosquito são registradas por moradores em imóveis desocupados em Bebedouro
Líder comunitário diz que situação reflete no entorno da região ainda ocupada
Moradores que ainda residem no bairro de Bebedouro, em especial nos Flexais, denunciam o descaso na região. Desta vez, a reclamação é sobre a infestação de focos do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya.
De acordo com Maurício Sarmento, um dos líderes comunitários, alguns prédios da região são locais propícios para o acumulo de água parada. O que reflete e prejudica a comunidade no entorno.
A piscina do Colégio Batista, na Avenida Marquês de Abrantes, no bairro de Bebedouro, é um exemplo, ela acumulou bastante água e larvas dos mosquitos foram registradas por moradores.
"Já há muita gente nos Flexais com doenças transmitidas pelo mosquito, inclusive eu estou acamado por conta da chikungunya, posso nem me movimentar direito. Não vejo na região nenhum agente de endemias fazendo fiscalização ou limpeza por aqui", disse Sarmento.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ressalta que a área de desocupação é de responsabilidade da Braskem e, ainda segundo a SMS, a empresa deve fornecer relatórios e outros documentos do que está sendo feito nos quatros bairros atingidos pelo afundamento do solo para combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Mas como a denúncia já chegou aos agentes de endemias, a secretaria vai enviar uma equipe até o local para fazer o controle colocando remédios e outros meios de prevenção e cuidados.
Já a Braskem informou por meio da assessoria de comunicação que segue realizando o trabalho de controle de pragas nos bairros atingidos por fenômeno geológico em Maceió de segunda a sábado. E que profissionais de duas empresas especializadas, contratadas pela empresa, atuam em ruas, praças, terrenos e imóveis que são dedetizados ou borrifados para o controle de roedores, escorpiões, baratas, formigas, mosquitos e insetos em geral.
Ainda segundo a mineradora, mais de 15 mil aplicações de dedetização e mais de 57 mil aplicações de termonebulização foram feitas desde março de 2020. "As equipes fazem o reforço semanal em todas as áreas, com o serviço de termonebulização e polvilhamento, que é a aplicação de pó seco para eliminação de insetos e vetores urbanos. No caso de piscinas, uma vez que o imóvel esteja sob responsabilidade da Braskem, estas são aterradas ou esvaziadas e vedadas com telhas metálicas".
A empresa ressaltou ainda que mantém contato constante com a Secretaria Municipal de Saúde da capital para atualização das ações realizadas, recebimento de orientações sobre os locais de atuação e apoio em demandas pontuais do órgão.
No entanto, em relação ao Colégio Batista, a Braskem adiantou que não está sob sua responsabilidade. Porém a empresa conta que segue em diálogo com os proprietários para a implementação do controle de pragas no local.
Na tarde desta quarta-feira (22), a reportagem do Tribuna Hoje foi até a escola, mas o local estava sendo fechado com tapumes, assim como outros imóveis vizinhos. A reportagem não teve liberação para entrar na localidade, por isso não há informações se a piscina foi aterrada ou vedada.
Em caso de ocorrências pontuais, a mineradora disponibiliza o contato pelo 0800-006-3029 ou 0800-954-1234, e em horário comercial qualquer morador pode ligar para que as equipes de limpeza urbana e dedetização possam tomar as medidas necessárias e de forma imediata. A ligação é gratuita, inclusive de celular.
AEDES AEGYPTI
Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti aumentaram no estado segundo dados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan/MS) e confirmados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
O panorama das arboviroses em Alagoas mostra que de janeiro a maio deste ano foram registrados 8.914 casos de dengue contra 877 no mesmo período de 2021, não foram registrados mortes nesse período em nenhum dos anos, mas o aumento foi de 916%.
A chikugunya também teve aumento significativo. Foram 91 registros entre janeiro e maio de 2021, contra 1.503 em 2022, ou seja, um aumento de 1.551%. Este ano uma morte foi confirmada pela doença.
Já a zika contabiliza 235 casos este ano contra apenas 11 no mesmo período do ano passado, sem mortes. O aumento médio foi de 2.036%.
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