O programa Fantástico, da TV Globo, conversou com alguns especialistas para saber a resposta da pergunta que todo mundo faz: quando a pandemia vai acabar? Eles apontaram que o principal caminho para isso seria uma nova vacina em spray, aplicada diretamente no nariz.

A reportagem do programa esteve no Hospital Municipal da Vila Brasilândia, que é referência para Covid-19 no município de São Paulo, e conversou com Patrícia Gonçalves Guimarães, diretora-geral da unidade de saúde.

Ela explicou que “temos, aproximadamente, 100 pacientes de Covid internados hoje. Desses, aproximadamente, 60% estão em enfermaria e 40% em UTI. É exatamente nessa época que as pessoas tendem a fechar as janelas devido ao frio e isso aumenta a possibilidade de transmissão desses patógenos. Não só da covid, mas da influenza também”.

Um ponto que chamou a atenção é que metade dos internados no Hospital Municipal da Vila Brasilândia estão vacinados com as três doses.

“Nós estamos num momento muito crítico da pandemia, porque o que nós temos visto é que o vírus evoluiu e tem evoluído rapidamente, e as vacinas, não. As vacinas foram originalmente desenhadas para cepa inicial, a cepa de Wuhan”, explicou a epidemiologista Denise Garrett.

Vale relembrar que Wuhan é a cidade chinesa onde se identificou o vírus pela primeira vez, no fim de 2019.

“As variantes estão se especializando em escapar da imunidade e temos o fato também das vacinas, do último reforço já ter sido há algum tempo. O que nós observamos é que com 4, 5 meses você já tem uma queda significante na proteção”, completou Denise.

“Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção”, disse Garrett a respeito do fato de as vacinas salvarem vidas e impedirem o agravamento da doença.

Vacina nasal

Como o vírus da Covid entra pelas vias respiratórias e ali permanece se multiplicando por entre as mucosas, os especialistas apontam que é necessária uma inovação em relação às vacinas.

“Se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz”, disse o imunologista Jorge Kalil.

O laboratório de Kalil, localizado no Instituto do Coração, em São Paulo, atua – assim como outros grupos pelo mundo – na busca de uma vacina que não permita que o vírus se multiplique. Assim, uma pessoa imunizada não se contamina novamente e não transmite o vírus.

“Você elimina o vírus na entrada, porque as pessoas mesmo vacinadas atualmente podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, acrescentou Jorge Kalil.

Enquanto não chega a nova geração de vacina, é importante seguir as recomendações científicas. Também é necessário frisar que, atualmente, as vacinas disponíveis são a nossa melhor defesa contra a Covid-19.

“É um momento de cautela. E, nesse sentido, uso de máscara. Máscara em ambiente fechado, máscara em transporte coletivo. Não é hora de abandonar todas essas medidas de uma vez. Queremos, sim, voltar com a nossa vida, mas temos que usar de cautela”, finalizou Denise Garrett.