Saúde

Você conhece a Doença de Parkinson? Neurologista da Sesau explica

No Brasil, números não oficiais apontam que pelo menos 250 mil pessoas sejam portadoras da enfermidade

Por Bia Alexandrino com Ascom Sesau/AL 08/04/2022 18h07
Você conhece a Doença de Parkinson? Neurologista da Sesau explica
Neurologista da Sesau, Cícera Pontes Fon ressalta que a doença de Parkinson provoca grande impacto na qualidade de vida das pessoas acometidas pela patologia - Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau/AL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos, tem doença de Parkinson. No Brasil, números não oficiais apontam que pelo menos 250 mil pessoas sejam portadoras da enfermidade, mas Parkinson não é uma doença de notificação compulsória, então, esse número pode ultrapassar os 600 mil parkinsonianos no País.

A médica neurologista Cícera Pontes Fon, assessora técnica da Supervisão de Condições Específicas (Sucesp) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), esclarece que, com a progressão da doença, o tratamento medicamentoso não deve ser o único utilizado. “É importante debatermos também a importância de terapias multiprofissionais, com fisioterapeuta, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e psicólogo, pois não é possível prevenir essa doença”, afirma a médica.

“Isso ocorre porque a doença de Parkinson possui um padrão complexo de etiologia, em que fatores genéticos, epigenéticos (muito ligado a padrões emocionais desfavoráveis e impactos de transtornos emocionais) e ambientais contribuem para o seu surgimento”, afirma a neurologista.

Caracterizada por lentificação de movimentos, rigidez muscular, tremor e instabilidade postural, a doença de Parkinson é neurológica, degenerativa, crônica e progressiva, além de ocorrer, em sua maioria, nas pessoas acima dos 65 anos de idade. Porém, a doença começa de seis a sete anos antes dos sintomas motores, como distúrbio comportamental do sono REM (fase do sono na qual ocorrem os sonhos), com pesadelos nos quais a pessoa grita, chora, dá socos ou pontapés; personalidade introspectiva, que está associada à depressão e à ansiedade; constipação intestinal e até problemas de memória.

A neurologista afirma ainda que a doença de Parkinson provoca grande impacto na qualidade de vida dos parkinsonianos, por isso, em caso de suspeita, o profissional recomendado é o neurologista.

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson (não mais Mal de Parkinson) é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns nos seres humanos e, muitas vezes, está ligada a um quadro genético. Ela não tem cura, mas tem tratamento para minimizar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida, amenizando os sintomas, para que o paciente possa retornar às suas atividades pessoais e laborais da maneira mais efetiva possível.

Os pacientes parkinsonianos sofrem com a degeneração do sistema nervoso em uma região do cérebro chamada substância negra. A consequência disso é a deficiência de neurotransmissores como a dopamina, um neurotransmissor que possui a função de controlar os movimentos finos e coordenados das pessoas.

Conheça os sintomas

A doença de Parkinson possui sintomas motores e pré-motores. Os principais sintomas são lentificação de movimentos, rigidez muscular, tremor e instabilidade postural. Geralmente eles começam de um lado do corpo, evoluindo para o outro lado em meses a anos. O paciente pode começar apresentando dificuldade de girar uma maçaneta ou de colocar botões da camisa, por exemplo.

– Lentificação:
A lentificação ou bradicinesia faz com que a pessoa tenha dificuldade em realizar movimentos voluntários e promove a lentificação de reflexos e movimentos do corpo. Ela atinge pernas e braços, assim como mãos e rosto. Até a velocidade do piscar de olhos fica reduzida.

– Tremor:
o tremor ou tremor de repouso aumenta gradualmente e afeta os dedos ou as mãos, mas pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés. Ela é mais evidente quando o paciente está parado.

– Rigidez:
a rigidez ou inflexibilidade dos membros e articulações é percebida como uma dificuldade em mover as articulações, mesmo com o paciente relaxado, muitas vezes esse sintoma começa nas pernas e pescoço.

– Instabilidade postural:
a dificuldade de equilíbrio geralmente surge nos estágios finais da doença. Uma pessoa que está apresentando instabilidade postural pode facilmente cair para trás se for levemente empurrada.

No entanto, existem os sintomas pré-motores. Os principais seriam o distúrbio comportamental do sono REM. Mas a pessoa pode ainda apresentar queixas de memória, sono agitado, intestino preso e alteração no cheiro.