Saúde

Vídeo: Ansiedade pode começar ainda na infância, aponta OMS

Especialista alerta que é preciso estar atento à saúde mental de crianças e adolescentes

25/01/2022 06h34
Vídeo: Ansiedade pode começar ainda na infância, aponta OMS
Reprodução - Foto: Assessoria
Agitação, agressividade e alteração no sono são alguns sinais que podem motivar os pais a buscarem ajuda psicológica para seus filhos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade dos transtornos mentais surge até os 14 anos, mas apesar disso, a maioria não é detectada ou é tratada de forma incorreta. O impacto psicológico relacionado à saúde mental de crianças e adolescentes é, muitas vezes, negligenciado. Estar atento à saúde mental de crianças e adolescentes, assim como promover o bem-estar para os jovens pacientes psiquiátricos, é de suma importância para que eles estejam saudáveis em sua fase adulta. Situações como duração prolongada de estresse, medo, frustração, tédio, falta de contato pessoal com colegas de classe, falta de espaço em casa e perdas financeiras na família, além do luto por vítimas da Covid próximas, podem ter ainda efeitos mais duradouros nessa população. Existem evidências de que crianças fora da escola são fisicamente menos ativas, têm mais tempo de tela, padrões irregulares de sono e dietas menos saudáveis, resultando em ganho de peso e perda de capacidade cardiorrespiratória. Quem faz o alerta é a Karolline Helcias, coordenadora do curso de Psicologia da do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL). Ela conversou com a repórter Thayanne Magalhães no TH Entrevista desta semana. “A ajuda dos profissionais tanto da Psicologia como da Psicopedagogia é muito importante para as crianças e adolescentes. Isso não quer dizer que todos precisarão, daí a importância dos profissionais da escola e os pais terem um olhar atento”, defende. VOLTA AO NORMAL Após o longo período de distanciamento social, com aulas remotas, o retorno presencial às escolas pode não ser tranquilo para muitas crianças. Karolline Helcias alerta que a saúde mental das crianças precisa ser um foco tanto das escolas como das famílias. “As crianças que nasceram na pandemia e estiveram na escolinha de forma remota estarão de forma presencial com as pessoas e com os coleguinhas que, até então, não tiveram contato. Tanto a escola como os familiares precisarão estar atentos a todas as reações das crianças, sem muita cobrança nas reações e atitudes dos filhos nesse primeiro contato. Tudo será novo e é preciso que todos entendam que a cautela é necessária. Todos estão há muito tempo esperando este contato com as pessoas, mas nem sempre os filhos correspondem à expectativa dos pais e é com estas reações que precisamos ter paciência e entendimento”, alerta. A ajuda de um profissional da Psicologia para a família e para a criança ou adolescente pode ser muito benéfica. “Rotina de horário nas atividades da escola, da própria casa, nos horários de estudo. Montar um cronograma de estudo e a orientação de um psicopedagogo seria de grande valia. Entender que estivemos muito tempo sem sair de casa, sem a correria dos horários e que agora tudo isso estará voltando”, completa. Ela destaca que é preciso cuidar com atenção também dos adolescentes, que nesta fase da vida já passam naturalmente por maiores desafios de desenvolvimento. Além disso, é nesta fase que surge a maior parte dos transtornos mentais, segundo a estimativa da OMS. “Um psicólogo pode ser o auxílio a partir de uma terapia, que às vezes pode ser estendida aos pais, quando estes também estão ansiosos. Uma conversa com um profissional especializado vai indicar o caminho a seguir na melhoria do quadro da criança ou do adolescente.” https://www.youtube.com/watch?v=Wz_1qGyIpIQ