Saúde

Ame-se: Programa Estadual de Reconstrução Mamária completa 1 ano da primeira cirurgia

O programa, que tem a intenção de zerar a fila de espera pela cirurgia em todo o Estado, foi implementado no dia 23 de outubro de 2020

Por Agência Alagoas 25/01/2022 16h09
Ame-se: Programa Estadual de Reconstrução Mamária completa 1 ano da primeira cirurgia
Reprodução - Foto: Assessoria
Nesta terça-feira (25) faz um ano da primeira cirurgia realizada pelo Programa Ame-se, que ajuda mulheres alagoanas a recuperarem sua autoestima, por meio da reconstrução mamária, após passarem pelo câncer de mama e terem o seio ou uma parte dele removidos. No total, 19 mulheres iniciaram o processo de reconstrução, sendo que, algumas delas passaram por mais de um procedimento cirúrgico. O programa, que tem a intenção de zerar a fila de espera pela cirurgia em todo o Estado, foi implementado no dia 23 de outubro de 2020. A primeira cirurgia foi realizada em janeiro de 2021, no Hospital Regional da Mata (HRM), localizado no município de União dos Palmares. A primeira paciente a realizar o sonho de ser contemplada com a reconstrução mamária foi Maria Fernanda Matias, atualmente com 40 anos. Ela relata que o procedimento a ajudou na melhora da autoestima e que ficou muito feliz com o resultado final. “O processo das consultas até a cirurgia foi muito tranquilo e superou minhas expectativas. Quando fiz a reconstrução, eu tive uma rejeição na minha mama, daí passei por um novo procedimento, onde fiz um enxerto de gordura, fiz a primeira etapa e estou para fazer a segunda etapa agora em março. Estou muito bem, graças a Deus e ansiosa para fazer a etapa final”, relatou. Em 22 de março de 2021, o Ame-se passou por uma pausa, devido ao aumento dos casos da Covid-19 em Alagoas. Em julho, entretanto, após a redução do número de casos do novo coronavírus, da curva de contágio e das internações hospitalares, o programa foi retomado. A mastologista e coordenadora do Ame-se, Francisca Beltrão, explica que o programa proporciona para as mulheres mastectomizadas [que tiveram a retirada total ou parcial da mama], além da autoestima, a devolução da própria sexualidade. “O depoimento delas é importante e mostra que melhorou muito a vida conjugal, além da socialização, onde agora elas colocam um biquíni, um decote, coisas que parecem corriqueiras, mas, para elas, era um tabu”, afirma. Ainda de acordo com a médica, infelizmente, devido ao medo, muitas mulheres que foram mastectomizadas não procuram a cirurgia para reconstruir a mama. Isso porque elas já passaram por um processo lento e doloroso quando foram diagnosticadas com o câncer de mama e não querem mais passar por outras cirurgias. O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, ressalta que o programa é de fundamental importância para que as alagoanas que passaram pelo câncer de mama possam recuperar a autoestima. “O Programa Ame-se tem o objetivo de devolver uma melhor qualidade de vida para as mulheres alagoanas que sofreram com o câncer de mama e hoje estão curadas. Ele virou uma política pública em Alagoas. Sem dúvida nenhuma, é o primeiro Estado do Brasil que tem adotado essa sistemática de operar as mulheres a partir da reconstrução mamária, mulheres mastectomizadas, para que elas tenham o direito de serem cuidadas, tratadas e, caso necessitem e queiram, de reconstruir suas mamas e resgatar a autoestima e o seu sentido de viver”, disse. O Programa Ame-se atende mulheres que estão na fila de espera para terem o seio reconstruído e já concluíram o tratamento do câncer. Para ser incluída no programa, basta a paciente procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de origem e pedir para ser encaminhada por meio do Sistema de Regulação (SISREG) do Estado. As cirurgias são realizadas no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), localizado no bairro Cidade Universitária, em Maceió.