Saúde

“Risco da quarta onda de Covid em Alagoas é pequeno”

Segundo infectologista alagoano, isso só ocorre se parar a vacinação; transmissão nos países europeus é preocupante

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 20/11/2021 09h50
“Risco da quarta onda de Covid em Alagoas é pequeno”
Reprodução - Foto: Assessoria

O ritmo atual de transmissão do coronavírus na Europa, chamado de 4ª onda, é muito preocupante e pode causar mais meio milhão de mortes no continente até fevereiro, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) no início deste mês. De acordo com o infectologista, Fernando Maia, a vacinação é o divisor de águas que vai controlar essa pandemia.

No Brasil e em Alagoas não é diferente, os especialistas observam uma diminuição importante do número de casos e de óbitos, e isso se deve, principalmente ao avanço da vacinação que tem mostrado em todos os lugares que é, o que faz a diferença.

O infectologista, Fernando Maia avaliou que em outros países que estão experimentando novas ondas e aumento dos casos, a 4ª onda, acontece exatamente entre pessoas que não se vacinaram ou que se vacinaram de forma incompleta.

“Nitidamente se vê que os países que avançaram mais na vacinação têm muito menos casos e em Alagoas também. A vacinação realmente é o divisor de águas que vai conseguir controlar essa pandemia, isso a gente já esperava pela experiência com outras doenças e isso está se mostrando novamente verdadeiro com a covid”, observou.

O médico explicou que o risco de acontecer a nova onda no Brasil é pequeno, porque a vacinação está aumentando, mas se a vacinação parar, se as pessoas deixarem de se vacinar, o risco é de a doença voltar.

“Enquanto o vírus está circulando e fazendo novas infecções, ao mesmo tempo vai sofrendo mutações, e aí pode aparecer mutações que o torne mais transmissível, por exemplo, ou mais agressivo fazendo formas mais graves. Tudo isso pode acontecer como já aconteceu outras vezes no momento que a gente ainda não tinha vacina”, ressaltou.

“Agora que nós temos a vacinação e ela está avançando muito bem, a gente vê nitidamente a redução do número de casos, realmente a vacina está fazendo a diferença”, salientou Maia.

TERCEIRA DOSE

Conforme o infectologista, a terceira dose tem se mostrado necessária, já os estudos de vida real, ou fase quatro como é chamado, indica que com o passar dos meses a imunidade provocada pela vacina, tem certa tendência de queda em alguns grupos populacionais, principalmente entre idosos e também consequentemente naquelas pessoas que se expõem mais ao vírus, como é o caso dos profissionais de saúde.

“Por esta razão, alguns governos como o brasileiro, optou por aplicar uma terceira dose, assim como os países que já fizeram a mesma coisa, mostrando então que essa nova aplicação deve aumentar a imunidade geral das pessoas, e consequentemente diminuir o número de casos e por tabela o de mortes, evitando também uma nova onda de infecções, que é algo que ninguém quer”, garantiu Fernando Maia.

Prudência no avanço da flexibilização é recomendação para festas de fim de ano

A infectologista Luciana Pacheco relatou que a vacinação completa ainda não atingiu o patamar de 67% da população, mas o cenário é de estabilidade de redução de casos e óbitos determinados pela vacinação. “Porém precisamos ter prudência no avanço da flexibilização vendo a situação de países na Europa”, frisou.

Com o final do ano a porta chega também às festividades como Natal, amigo secreto, Réveillons, entre outros. Para a infectologista Luciana Pacheco, o passaporte sanitário deveria ser exigido como uma camada a mais de proteção, embora se saiba que as vacinas não impedem 100% das pessoas contraírem a doença.

Testagem

“Por isso, o ideal seria a realização de testes também. Com certeza seria um evento mais tranquilo. O teste de antígeno dá uma visão do momento, o resultado é rápido, então ter esse teste negativo antes de entrar no evento deveria ser exigido por todos os promotores dos eventos”, observou Luciana Pacheco.

O não uso de máscara de proteção também pode aumentar o número de casos. De acordo com a médica, turistas podem trazer variantes ainda não disseminadas como ocorre na Europa e China.

“O risco é aumentar o número de casos porque a máscara compõem as barreiras de proteção numa população que ainda não está nem 70 % completamente imunizada e vai se aglomerar nesses eventos. O aumento de casos pode ocorrer com variantes do vírus que não temos ainda disseminadas por aqui e os turistas podem trazê-las”, alertou.

Uso de máscaras

Para ela, enquanto a doença não estiver sob controle, com redução significativa de óbitos, o uso de máscaras deve continuar. “Nesta quinta-feira (18) ainda foram 300 óbitos no país”, frisou.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) foi procurada pela reportagem para saber quais os procedimentos que serão adotados em Alagoas, caso ocorra a 4ª onda, apesar da queda do número de casos e óbitos no Brasil e no estado, bem como o que precisaria ser feito para que isso não aconteça, porém até o fechamento desta edição o órgão não se manifestou sobre o assunto.