Saúde

Cuidados simples podem evitar escaras em pacientes acamados

Lesões em áreas do corpo sob intensa pressão também aparecem em cadeirantes, crianças ou idosos com pele sensível

Por Assessoria 05/10/2021 15h17
Cuidados simples podem evitar escaras em pacientes acamados
Reprodução - Foto: Assessoria

Uma das principais preocupações em tratamentos de idosos ou pacientes acamados é o surgimento das escaras, também conhecidas como úlceras ou feridas de pressão. São lesões que podem surgir em determinadas áreas do corpo que sofrem uma contínua ou intensa pressão de um objeto em uma superfície, seja ela cartilaginosa ou óssea. Essa pressão prolongada gera uma diminuição do fluxo sanguíneo e dos nutrientes em uma respectiva área do corpo, o que pode gerar a escara, com extensão e profundidade variadas.

Os ferimentos desta categoria podem aparecer em diversas regiões do corpo, mas são mais comuns em regiões de apoio que estão em contato com superfícies mais rígidas que dificultam a circulação sanguínea, como calcanhares, cotovelos, ombros, orelhas,  joelhos, laterais do quadril e cóccix (região logo acima das nádegas).

“Estas lesões acometem normalmente indivíduos paraplégicos, acamados, incontinentes, que fazem uso contínuo de fralda descartável, submetidos a cirurgias prolongadas, entre outras condições”, conta a professora e preceptora Marcela Gama Moreira, mestra em Ciências da Saúde e docente do curso de Enfermagem da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).

Contudo, recém-nascidos e os idosos também podem ser acometidos pelas lesões de pressão, como relata a professora. “Nas crianças, principalmente recém-nascidos e lactentes, encontramos uma pele em processo de formação, com pouca resistência. Já nos idosos, observamos uma pele desgastada, desidratada, com pouca elasticidade. Tais condições intensificam a susceptibilidade da pele ao desenvolvimento de lesões, incluindo as lesões por pressão”, destaca Moreira.

As lesões são perigosas e dolorosas, podendo gerar coceiras, cores diferentes, nódulos, mal-cheiro e se não forem tratadas devidamente, podem se tornar uma infecção. É justamente por esses motivos que a conscientização quanto à necessidade de cuidados, não só dos profissionais de saúde, como também dos pacientes e familiares, é tão importante.

A professora Marcela Moreira indica algumas medidas preventivas:

Mudar a posição em cima da cama em intervalos curtos de até 3h (o intervalo dependerá do paciente);

Realizar a hidratação da pele com loção ou creme hidratante;

Realizar a troca de fralda frequentemente com higiene íntima;

Manter lençóis da cama limpos e secos;

Otimizar a alimentação e ingestão de água - em casos mais específicos, solicitar até mesmo a avaliação de nutricionista.

“É importante ressaltar que o melhor remédio é a prevenção, uma vez que o tratamento, além de doloroso, pode ser longo. É preciso mudar de posição e evitar a pressão”, conclui a professora de Enfermagem.