Saúde

Apesar de queda nos óbitos, indicadores ainda apontam para descontrole da pandemia em AL

Número de casos apresentou leve aumento na semana, e a maioria dos municípios com leitos de UTI exclusivos para Covid-19 apresenta ocupação acima de 80%

Por Assessoria 10/05/2021 13h36
Apesar de queda nos óbitos, indicadores ainda apontam para descontrole da pandemia em AL
Reprodução - Foto: Assessoria
O número de casos de Covid-19 confirmados em Alagoas apresentou um pequeno aumento após semanas em queda, segundo dados analisados pelo Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC). O número de óbitos foi um dos únicos indicadores que apresentou uma redução na 18ª Semana Epidemiológica: 124 mortes, 14% a menos do que na semana anterior. A grande maioria das Regiões Sanitárias apresentou aumento na incidência de casos. O maior crescimento foi na 7ª Região Sanitária, correspondente a municípios do Agreste próximos a Arapiraca. Em quatro das regiões, os óbitos também aumentaram, apesar da tendência geral de queda neste indicador. Em números relativos, as regiões com o maior número de casos da Covid-19 na semana foram Arapiraca (185 por 100 mil habitantes), a 1ª Região Sanitária (178) e Maceió (170). Com relação aos óbitos, as maiores incidências foram na 1ª RS (6,2), Arapiraca (6) e a 8ª RS (5,7). Os casos suspeitos no estado também tiveram um aumento. Com 11.845 casos em análise no final da semana, Alagoas teve o maior número de casos pendentes em quase dois meses, um aumento de 18% em relação à semana anterior. Apesar disso, a maior parte (60%) dos testes RT/PCR realizados na 18ª Semana Epidemiológica retornaram negativos. É a menor proporção registrada em todo o ano, mas o quantitativo segue sendo considerado elevado, especialmente se comparado à momentos em que a pandemia se encontrava controlado, como entre os meses se setembro e outubro passados. A ocupação de leitos de UTI oscilou durante a 18ª Semana Epidemiológica, encerrando a semana em um patamar similar ao da semana anterior (74% de ocupação). Essa proporção é considerada elevada e está acima da margem de segurança de 70% preconizada pela literatura científica. Um dos fatores de preocupação em Alagoas é a desigualdade na distribuição dos leitos de UTI, que segue aparente no levantamento desta semana. Dos nove municípios que possuem leitos de UTI exclusivos para o tratamento da Covid-19, cinco registram ocupação acima dos 80%, patamar crítico e onde medidas rígidas de isolamento social são recomendadas para controlar a transmissão. Eles são Coruripe (93%), Santana do Ipanema (93%), Porto Calvo (90%), Arapiraca (86%) e Palmeira dos Índios (80%). Vacinação no estado O esforço de imunização da população alagoana se recuperou após o desabastecimento da semana anterior. Foram 60.455 doses aplicadas na 18ª Semana Epidemiológica, 31.931 correspondentes à primeira dose e 29.064 à segunda. O quantitativo é o dobro do registrado na semana passada, mas segue insuficiente para garantir a imunização de toda a população adulta até o fim do ano. Com população adulta de 2,2 milhões de pessoas, o estado precisa de aproximadamente 4,4 milhões de doses para a vacinação desse público já que as vacinas atualmente disponíveis exigem a aplicação de duas doses para a imunização seja efetivada. Até o sábado (08), haviam sido aplicadas 709 mil doses em Alagoas. Tomando como base critérios científicos, a transmissão do novo coronavírus em Alagoas ainda é considerada fora de controle. Para garantir a continuidade da tendência de queda nos indicadores, a manutenção das medidas de isolamento social é importante. Somente assim, e por meio da imunização, é possível garantir uma flexibilização segura e duradoura no estado.