Saúde

Hospitais particulares de Maceió temem colapso

Com crescimento dos casos de Covid-19, unidades voltam a registrar lotação

Por Tribuna Independente 05/12/2020 11h14
Hospitais particulares de Maceió temem colapso
Reprodução - Foto: Assessoria
O crescente aumento de casos de novo coronavírus têm pressionado a demanda de leitos nos hospitais particulares de Maceió. Desde outubro, o número de atendimentos segue aumentando e agora a maior parte dos hospitais já atingiu sua capacidade máxima em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A reportagem da Tribuna Independente fez um levantamento entre os hospitais da capital. Até o fechamento desta edição os Hospitais Arthur Ramos, do Coração e Unimed estavam lotados. O Hospital do Coração foi um dos primeiros a anunciar a suspensão de novos internamentos. A direção do hospital teme um colapso na rede privada da capital. “A ocupação é de 100% e o hospital já estava com sua capacidade máxima. Existe  risco da rede privada entrar em colapso porque a maioria dos hospitais estão com mais pacientes graves com outras patologias do que no início da pandemia”, explicou. Segundo informações da assessoria de comunicação da Unimed o aumento de atendimentos de coronavírus subiu 60% de outubro para novembro. “O atendimento de sintomas respiratórios aumentou a partir de outubro, com aumento significativo do nível de positividade para a Covid-19. Registramos uma elevação de 60% em novembro em relação a outubro”, afirma o médico Antônio Carlos Wanderley, Diretor Clínico do Hospital Unimed Maceió. A entidade hospitalar adotou algumas medidas de resguardo para evitar um possível colapso. “As cirurgias eletivas foram suspensas e estamos acompanhando diariamente o número de caso. As ações são feitas dia a dia, são pontuais. E apelamos à população para que continue com as medidas preventivas, que são fundamentais. Como usar sempre a máscara, higienizar as mãos e evitar aglomeração. Só assim, teremos sucesso em evitar que a Covid-19 continue se propagando”, diz. A situação no Hospital Arthur Ramos também é crítica, até o fechamento desta edição 100% dos leitos de UTI e dos destinados a pacientes de Covid-19 estavam ocupados. “Os recursos disponíveis atualmente são suficientes apenas para garantir a assistência dos pacientes já internados, mas não para garantir a assistência a novos pacientes de Covid-19 que demandem internação sejam em UTI seja em apartamento” pontuou o hospital em nota. A média de atendimentos tem ultrapassado 80 pacientes por dia. O Hospital Veredas informou que segue com os atendimentos e que disponibilizou um atendimento específico para casos suspeitos. “Comunicamos que, neste momento, os casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 de pacientes SUS estão sendo regulados e encaminhados para o Hospital Metropolitano ou Hospital da Mulher conforme orientação das autoridades de saúde do Estado. Pacientes particulares ou de convênios, suspeitos ou confirmados com a Covid-19, estão sendo acolhidos e encaminhados para uma área de isolamento”, disse em nota. Não há intenção de retomar fase amarela do protocolo Apesar da situação crítica a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) afirma que não há intenção, pelo menos por enquanto, de retomar a fase amarela do protocolo sanitário. “O secretário Alexandre Ayres já informou que, neste momento, não há possibilidade de recuo de fases. Havendo a necessidade em decorrência de aumento frequente de casos da Covid-19 e um crescimento de óbitos por conta da doença, com certeza o Estado irá reativar os leitos que foram reduzidos. Lembrando que atualmente estão em pleno funcionamento mais de 500 leitos exclusivos para tratamento da Covid-19”, afirmou a Sesau. Ainda de acordo com a Sesau a taxa média de ocupação de leitos está em 36% no geral, sendo 45% de leitos de UTI, 27% de leitos intermediários e 33% clínicos. Nos municípios de Delmiro Gouveia, São Miguel dos Campos e Palmeira dos Índios já há registro de 100% de ocupação de leitos.