Saúde

Alagoas registra nove casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica

Desde o início da pandemia, HGE contabiliza pacientes com a SIM-P, associada à Covid-19

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 11/09/2020 11h05
Alagoas registra nove casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas contabilizou até quinta-feira (10), nove casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença rara que vem sendo associada à Covid-19. Os dados são do Ministério da Saúde. Não há registro de óbito em decorrência da enfermidade no estado. O pediatra Marcos Gonçalves enfatizou que foi percebida a ocorrência de atendimentos a pacientes crianças e adolescentes no Hospital Geral do Estado (HGE) desde o início da pandemia com este tipo de síndrome. “Conversando com os demais pediatras dos hospitais particulares de Maceió tivemos uns 12 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica, a maioria deles são em crianças maiores de 1 ano de idade, bem como alguns adolescentes; e todos eles evoluíram bem para a alta médica após a ingestão de Imunoglobulina endovenosa (IGEV), que demora de 6 a 12 horas e a infusão de corticoide endovenoso. Graças a Deus nenhum óbito foi registrado relacionado a SIM-P”, observou o médico. Até a semana epidemiológica 34, que compreende período até 22 de agosto de 2020, o Ministério da Saúde foi notificado da ocorrência da SIM-P em 197 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, com registro de 14 óbitos no Brasil. Dentre os casos, 58,4% foram registrados em crianças e adolescentes do sexo masculino, com 38,1% dos registros nas faixas etárias de 0 a 4 anos e 33,0%, de 5 a 9 anos. Dentre os óbitos, 64,3% (n=9) foram registrados entre as crianças de 0 a 4 anos. Das 14 unidades federativas (UF) que informaram registro de casos, oito possuem óbitos pelo agravo. A maior concentração de casos encontra-se nos estados do Ceará (41), Pará (24), Rio de Janeiro (22), São Paulo e Distrito Federal (19). SIM-P Conforme o Ministério da Saúde, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é caracterizada por febre persistente e elevada acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir hipotensão (pressão baixa ou choque), comprometimento de múltiplos órgãos e elevados marcadores inflamatórios. O paciente hospitalizado pode apresentar manifestações cardiovasculares ou gastrointestinais agudas (diarreia, vômito, dor abdominal); conjuntivite ou manifestações cutâneas; quadro inflamatório e confirmação laboratorial (técnica RT-PCR ou sorologia) ou história de contato com caso confirmado do novo coronavírus. Os sintomas respiratórios não são presentes em todos os casos, de acordo com as evidências atuais. As características são semelhantes à síndrome de Kawasaki e síndrome do choque tóxico. Os pacientes farão exames para confirmar ou descartar a infecção pelo Covid-19, além de outros testes laboratoriais, especialmente os marcadores de atividade inflamatória. ALERTA MUNDIAL A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta mundial aos pediatras relatando a identificação de uma nova condição clínica, possivelmente associada à Covid-19, caracterizada pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), com manifestações clínicas similares à síndrome de Kawasaki típica, Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório, entre outros.