Saúde

OMS deixa de testar hidroxicloroquina após estudo apontar risco de morte

Hidroxicoloroquina tem sido apontada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por outros como um possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus

Por Reuters 25/05/2020 21h13
OMS deixa de testar hidroxicloroquina após estudo apontar risco de morte
Reprodução - Foto: Assessoria
A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina, medicamento para malária, em pacientes com Covid-19 em razão de questões de segurança, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda-feira. A hidroxicoloroquina tem sido apontada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por outros como um possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus. O presidente dos EUA afirmou que estava tomando o medicamento para ajudar a prevenir a infecção. “O grupo executivo tem implementado uma pausa temporária do ramo da hidroxicloroquina no estudo Solidarity, enquanto os dados de segurança são revisados ​​pelo conselho de monitoramento de segurança de dados”, disse Tedros em uma entrevista online. Ele afirmou que os outros ramos do estudo —uma importante iniciativa internacional para realizar testes clínicos de possíveis tratamentos para o vírus— continuavam. Anteriormente, a OMS já havia recomendando contra o uso da hidroxicloroquina no tratamento ou prevenção de infecções pelo coronavírus, exceto como parte de ensaios clínicos. Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS, disse que a decisão de suspender os testes com hidroxicloroquina tinha sido tomada por “muita cautela”. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou, na última quinta-feira, um documento com orientações, contendo a assinatura de sete secretários da pasta, para uso ampliado da cloroquina no tratamento ao Covid-19. Pelo documento, a pasta passa a recomendar a adoção da cloroquina desde os sintomas iniciais do Covid-19, em linha com as exigências do presidente Jair Bolsonaro. Anteriormente, o uso da cloroquina no país tinha protocolo do ministério apenas para casos graves.