Saúde

Alagoas registra mais de mil casos de tuberculose este ano

Dados foram contabilizados pela Sesau de janeiro a novembro; doença tem cura, mas só em 2017 matou 4.500 pessoas no país

Por Emanuelle Vanderlei com Tribuna Independente 19/12/2019 08h46
Alagoas registra mais de mil casos de tuberculose este ano
Reprodução - Foto: Assessoria
Até o final de novembro deste ano, 1.223 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose em Alagoas. Os números apresentam uma queda, se comparados ao mesmo período do ano passado, quando 1.367 casos da doença foram registrados, segundo dados repassados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). No início deste mês, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assumiu, em Jacarta, na Indonésia, a presidência do Conselho da Stop TB Partnership, instituição internacional que busca eliminar a tuberculose no mundo. O Brasil se tornou liderança mundial do combate à doença que está entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo, com cerca de 10 milhões de novos casos anualmente. Nacionalmente, cerca de 76.228 pessoas foram diagnosticadas com a doença e 4,5 mil se tornaram vítimas fatais em 2018. “No Brasil, conseguimos, graças à parceria com os secretários estaduais e municipais de saúde, cerca de 80% de tratamentos completados”, destacou Mandetta. A tuberculose tem cura e tanto o diagnóstico como o tratamento são ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS), sem custos aos cidadãos. Mas, para alcançar a cura, é preciso completar o tratamento que dura, em média, seis meses. Em meta definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a circulação da doença deve ser reduzida até 2035. Com metas de redução do coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e de mortalidade para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes até o ano de 2035,  um plano lançado pelo Ministério da Saúde busca apoiar as três esferas de governo na identificação de estratégias capazes de contribuir para essa redução. O Brasil Livre da Tuberculose: Plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública, baseado nas recomendações da Estratégia Fim da Tuberculose da Organização Mundial de Saúde. Elaborado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose, com a participação de gestores estaduais e municipais, academia e sociedade civil, foi submetido à consulta pública e aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite. A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Vacina e tratamento são disponibilizados pelo SUS   Para garantir a sobrevivência, é importante estar atento aos sintomas e fazer o tratamento completo. O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como ter febre a tarde, acessos de suor durante a noite, emagrecimento e cansaço/fadiga. O diagnóstico é possível através de exames bacteriológicos e de imagem. Já o diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas o resultado de outros exames complementares, como de imagem e histológicos. A contaminação é feita através da respiração, ou seja, se alguém com a tuberculose ativa fala, espirra ou tosse no mesmo ambiente, oferece riscos aos presentes. Há estimativas que apontam a possibilidade de um único indivíduo contaminar em média 10 a 15 pessoas em um ano. Objetos compartilhados como roupas, lençóis ou copos dificilmente transmitem a doença. Os riscos também caem em ambientes ventilados e com luz natural direta, porque o bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes. Com duração mínima de seis meses, o tratamento é gratuito e disponibilizado no SUS. A recomendação é que seja feito de forma monitorada por profissionais da saúde ou outros profissionais capacitados, como assistentes sociais, em um regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). A principal forma de prevenção é a vacina BCG, que deve ser tomada pelas crianças logo após o nascimento ou no máximo um dia antes de completar 5 anos de idade. A vacina também é gratuita pelo SUS. Além da vacina, outras formas de prevenir são evitar contato com pessoas infectadas, e manter os ambientes ventilados e com entrada de luz solar. Situações precárias de vida também podem favorecer a propagação da doença, por isso alguns grupos populacionais têm maior vulnerabilidade. Indígenas têm o triplo de chances de contrair a doença. Pessoas privadas de liberdade ou que vivem com HIV/aids têm 28 vezes mais chance, e as que vivem em situação de rua chegam a 56 vezes mais riscos.