Saúde

Setembro Verde alerta para relevância da doação de órgãos

Coordenadora da Central de Transplantes, Daniela Ramos, fala sobre ações da campanha em Alagoas

Por Tribuna Independente 10/09/2019 08h39
Setembro Verde alerta para relevância da doação de órgãos
Reprodução - Foto: Assessoria
Para comemorar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, que acontece no próximo dia 27, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) irá promover uma série de eventos este mês. As ações irão integrar a programação alusiva ao Setembro Verde, dedicado à conscientização sobre o tema. O verde é adotado como a cor símbolo da doação de órgãos em todo o mundo. A expectativa da Central de Transplantes de Alagoas (CTA) é chamar a atenção para a importância de declarar-se doador de órgãos e a necessidade de tornar público esse desejo aos seus familiares. Isso porque, segundo prevê a legislação brasileira, a autorização deverá ser do cônjuge, do companheiro ou do parente consanguíneo de maior idade e juridicamente capaz. Recebida pelo TH Entrevista desta semana, a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, explicou que a morte ainda é um tema muito delicado e existe todo um trabalho de acolhimento para as famílias que perderam um ente querido. “Quando um paciente tem morte encefálica, nós acolhemos a família aqui na Central de Transplantes e tentamos fazê-la entender que um pedaço daquela pessoa pode continuar viva dentro de alguém”, comentou. Ela conta que este ano Alagoas já realizou quatro transplantes de coração, cinco de rim e 29 de córnea. Entre os beneficiados está o ex-vendedor de peças automotivas Dayvid Alexandre Santos, 31 anos, que recebeu um novo coração. Para aumentar este número e, consequentemente, reduzir a fila de espera, Daniela Ramos ressalta que é importante elevar a consciência das pessoas sobre o ato da doação de órgãos, diminuindo dúvidas e mitos sobre o processo. Em Alagoas, atualmente 217 pessoas estão na fila de espera para receber um rim, uma espera por um novo coração e outras 241 aguardam por uma córnea. “No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos, não é necessário deixar nenhum documento por escrito. Basta manifestar essa vontade para os familiares. A doação de órgãos e tecidos só acontece após autorização familiar documentada”, explicou Daniela Ramos. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas pulmão e intestino) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). No caso de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea, pode ser feita em vida. Em Alagoas, especificamente, são realizados os transplantes de rim, coração e córnea. Já a doação de pessoas falecidas somente acontece após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Geralmente são pessoas que sofreram um acidente automobilístico ou sofreram alguma queda, ocasionando o traumatismo craniano. Também são potenciais doadores àqueles que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente chamado de derrame, e que posteriormente evoluíram para morte encefálica.   Assista a íntegra da entrevista:   https://www.youtube.com/watch?v=lbEhvettKcw