Saúde

Cai número de fumantes em Alagoas, aponta pesquisa

Segundo dados da Vigitel, percentual de pessoas com vício em cigarro era de 6,9% em 2018 e 7,2% em 2017

Por Lucas França com Tribuna Independente 29/08/2019 09h27
Cai número de fumantes em Alagoas, aponta pesquisa
Reprodução - Foto: Assessoria
Está quinta-feira (29) é comemorado no Brasil o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data instituída em 1986 pela lei nº 7.488, que foi criada com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro. Em Alagoas, segundo dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde (MS), houve uma redução no número de fumantes maiores de 18 anos. Em 2018 eram 6,9%, já em 2017 a pesquisa mostra que o percentual era de 7,2%. Apesar da redução, os gastos  no Sistema Único de Saúde (SUS) com doenças do aparelho circulatório continuam grande segundo a coordenadora do Programa de Controle e Combate ao Tabagismo em Alagoas, Vetrúcia Teixeira. “Só no ano passado foram gastos com procedimentos hospitalares da rede do SUS R$ 58.591.315,23 com fumantes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade, em Alagoas’’, disse a coordenadora. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) diz que as ações de combate ao tabagismo estão sendo positivas já que houve essa redução nos números de fumantes no estado. As ações de controle do tabagismo da Sesau são coordenadas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca/MS). Segundo Vetrúcia, a nicotina é uma das drogas que mais vicia. E quem começa a usar o cigarro, deixar de fumar se torna um grande desafio. A coordenadora diz que poucos conseguem parar de fumar sem ajuda de profissionais, como os que atuam nos Núcleos de Atendimento ao Fumante. O assistente social Jean Eduardo Ferreira, de 32 anos, é fumante desde 16 anos de idade. Em 2017 reportagem conversou com Jean, na época ele disse que sabia dos riscos do consumo e pensava em parar. Agora, quase dois anos, a reportagem conversou mais uma vez para saber se o assistente conseguiu parar. “Nunca tentei parar. Nunca procurei ajuda. Continuo afirmando que sei dos riscos que o tabaco provoca. Eu penso em parar, provavelmente vou fazer isso quando casar. Com certeza o vício é muito forte, mas pra quem tem um propósito e bastante força de vontade consegue se livrar. Procurar uma ajuda é fundamental quando se estiver lutando contra o vício. Os grupos de apoio são importantes para a motivação,” lembra dizendo que apesar de não ter parado diminuiu a quantidade de cigarros que fumava durante o dia. Eduardo revela mais uma vez que já perdeu um familiar para o cigarro. ‘’Uma pessoa de fundamental importância minha vida. Tenho parentes próximos que também são fumantes, todos os meus irmãos são fumantes, além de primos e tios. Seria muito bom que todos parassem, um ia ajudando o outro, encorajando’’. Programa desenvolve ações de prevenção e tratamento Vetrúcia Teixeira explica que o programa desenvolve ações de prevenção para evitar as primeiras experimentações por crianças e jovens - cessação, capacita profissionais de saúde para tratar fumantes que desejam parar de usar produtos derivados do tabaco e realiza ainda orientação e capacitação para implantação de ambientes 100% livres do tabaco. A Lei 12.546 aprovada em 2011 e regulamentada em 2014, proíbe o ato de fumar cigarros, charutos, cachimbos, narguilés, cigarrilhas e outros produtos com as substâncias do tabaco em locais de uso coletivo público ou privado como bares, restaurantes, clubes, halls, corredores, lojas, condomínios. Mesmo que o ambiente esteja fechado parcialmente por uma parede, divisória, teto ou toldo. CONSCIENTIZAÇÃO Esta quinta será realizada uma panfletagem em setores da Sesau para alertar aos servidores sobre os riscos do uso dos produtos derivados do tabaco, ativo e passivo. Mas, de acordo com Vetrúcia, desde o início da semana vários municípios já iniciaram as comemorações de alertas, especificamente os 24 municípios que realizam ações de Controle do Tabagismo. Em 2020, a estimativa é que apenas 12,2% dos brasileiros estarão fumando. Em 2025, serão apenas 10,3% dos brasileiros usuários de tabaco. Em 25 anos, o Brasil passaria de 28,5 milhões de fumantes para 20,4 milhões, mesmo em um período em que a população nacional crescerá. OMS Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliam que cerca de sete milhões de pessoas morrem ao ano por conta do uso do cigarro ou por sua exposição à fumaça. SUBSTÂNCIAS 4.700 é o número de substâncias tóxicas encontradas no cigarro. Entre elas está à nicotina que causa a dependência química, os resíduos vão se acumulando e terminam contribuindo para ao surgimento de doenças respiratórias, circulatórias, causa doença como o câncer de boca, pulmão e bexiga. Além disso, pode causar impotência sexual nos homens, complicações na gravidez, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, entre outros.