Saúde

Helvio Auto reduz a zero pneumonias associadas à ventilação mecânica

Desde janeiro hospital não registra este tipo de infecção que é a principal causa de óbito entre contaminações hospitalares

Por Agência Alagoas 29/05/2019 11h22
Helvio Auto reduz a zero pneumonias associadas à ventilação mecânica
Reprodução - Foto: Assessoria
O Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), está há 150 dias sem Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras), que causam Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV).  A adoção de novas práticas está contemplada pelo Projeto Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil, do qual o hospital participa com a consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein. Antes do início da adoção das novas práticas, estabelecidas em protocolo, a densidade de incidência de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica no HEHA era de 17,51%, nos primeiros seis meses de 2018. Após a adoção dos novos métodos de trabalho, esse percentual já caiu para 10,4% e desde janeiro de 2019, não ocorrem infecções deste tipo em pacientes intubados no hospital. A Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) é a principal causa de óbito entre infecções hospitalares, excedendo a taxa de mortalidade por infecções em cateter central, sepse grave e infecções respiratórias em pacientes não intubados, o que representa a importância deste resultado para o Hospital Helvio Auto. NOVOS MÉTODOS Os novos protocolos adotados consistem em cinco medidas principais, que culminaram por reduzir a zero este tipo de infecção. Diariamente os padrões de sedação estão sendo revisados (dentro dos padrões de boas práticas) com o intuito de reduzi-los para retirar, o mais rápido possível, o paciente da ventilação mecânica, pois uma vez intubado, o paciente perde as defesas fisiológicas das vias aéreas, ficando mais suscetível a infecções. A higiene oral também foi potencializada. “Como o tubo passa pela boca, uma boa higiene oral evita o escape de bactérias para as vias respiratórias inferiores e consequentemente para o pulmão. Em média, esta higiene está sendo realizada de duas a três vezes por dia. A verificação da pressão do balonete interno do equipamento, que impede a descida de secreção para as vias inferiores, também está sendo feita três vezes ao dia”, explicou o fisioterapeuta da UTI, e coordenador do Núcleo de Reabilitação,  Boanerges Lopes. Outro fator que influenciou no alcance da meta é a manutenção dos parâmetros do ventilador mecânico, de acordo com as normas vigentes no país, para que exista sempre uma continuidade na conduta dos profissionais nos diferentes plantões. Os profissionais da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também estão mantendo as cabeceiras das camas elevadas entre 30º e 45º, que é o ideal para manter o paciente em uma posição confortável e que possibilite menos escorrimento de secreção. Com menos infecções, se utiliza menos antibióticos no tratamento. Uma redução da utilização de antibióticos também já vem sendo observada pelos profissionais da UTI do Hospital Helvio Auto, o que reflete na redução de custos também com a terapia medicamentosa. “Apesar dos nossos pacientes serem imunossuprimidos, estamos há seis meses sem infecção do trato urinário e há quatro meses sem pneumonia vinculada, o que é um número muito expressivo para hospitais com a nossa característica no Brasil”, concluiu Ângelo Roncalli, assessor da Gerência Geral do HEHA e gerente do projeto. O Hospital Escola Dr. Helvio Auto foi selecionado, dentre outras instituições de saúde de todo o Brasil, para participar do projeto do Ministério da Saúde que trabalha a segurança do paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por meio de suporte técnico e práticas aplicadas, o projeto, que é acompanhado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, pretende reduzir em até 50% algumas infecções comuns no ambiente de terapia intensiva em até três anos.