Saúde

Pólio e sarampo: cobertura vacinal ultrapassa 78% em Alagoas

Sesau espera que até amanhã meta seja alcançada; MS e municípios farão segundo Dia D neste sábado (1º)

Por Lucas França com Tribuna Independente 30/08/2018 08h13
Pólio e sarampo: cobertura vacinal ultrapassa 78% em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite deve terminar nesta sexta-feira (31), de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Mas os estados que não atingiram a meta de cobertura vacinal deverão abrir seus postos de saúde neste sábado (1º) para mais um ‘Dia D’ contra essas duas doenças. Em Alagoas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a cobertura vacinal contra as doenças já ultrapassou a casa dos 78%. Contra a Poliomielite já foram aplicadas 167.415 doses para uma população de 213.391 crianças chegando à cobertura vacinal de 78,45%. E contra o Sarampo, foram 167.090 doses para a mesma população. Com as doses aplicadas a cobertura vacinal contra a doença chegou a 78,30%. Como o Estado está na casa dos 78%%, a Sesau está na expectativa que até amanhã, a meta de 95%, preconizada pelo MS, seja atingida. No Estado, os municípios que tiveram maior índice de adesão à campanha foram: Barra de São Miguel (110%); Quebrangulo (103%); Olivença (103%); Santana do Mundaú (103%) e Maribondo (102%). Já as cidades que tiveram o índice menor foram: Traipu (51%); Maceió (58%); Delmiro Gouveia (62%); Novo Lino (61%) e Poço das Trincheiras (61%). O MS orientou que os municípios que não atingiram a meta de vacinação podem fazer um segundo Dia D de Vacinação no sábado (1º) de setembro. Já em relação à prorrogação da campanha, a Sesau explica que ainda não há orientação por parte do Ministério. Em duas unidades de saúde da capital, as equipes informaram que a procura está sendo boa nos últimos dias. “A procura está sendo boa nesses últimos dias. Muitas mães estão trazendo seus filhos para serem imunizados. Faço parte da equipe de Campanha de vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite na Unidade José Araújo e lá também aumentou o número de pessoas que procura por vacinação contra as doenças”, disse a enfermeira Mécia Deyse. Uma das enfermeiras que faz parte da equipe de campanha em uma unidade de saúde do Jacintinho disse que o movimento aumentou. “A procura aumentou. Estamos surpreendidos que muitos adultos também vem para se imunizar contra a tríplice viral.” A profissional autônoma Thayse Macário ficou sabendo da campanha através dos jornais e estava esperando um tempinho para levar o pequeno Lucas Talismã para ser imunizado. “É muito importante proteger as crianças. Para que tenham uma boa saúde. Agora, o Lucas está com o cartão de vacinação em dia”, disse. MACEIÓ Na semana passada Maceió estava entre os municípios com menor cobertura vacinal. Há dois dias para o fim da campanha, o município ainda apresenta uma cobertura abaixo do esperado. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aponta que até a última terça-feira (28), a cobertura vacinal contemplou 57,56% do público-alvo da Poliomelite e 57,03% do público de Sarampo. “Vacinação é medida mais eficaz para evitar reintrodução das doenças”   Para o infectologista Fernando Andrade, a imunização é a melhor forma de prevenir a doença mesmo o Estado não tendo registrado casos. “A vacinação é a medida mais importante para conter estas duas doenças. Para manter as doenças sob controle, é fundamental manter a cobertura vacinal para evitar a reintrodução destas duas doenças, que são graves. Se o Brasil estivesse mantendo a cobertura vacinal adequada, esse surto não teria acontecido”, explica Andrade. Até a terça-feira (28), 3,3 milhões de crianças não tinham recebido uma dose. A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças independentemente da situação vacinal e criar uma barreira sanitária de proteção da população brasileira. Todas as crianças com idade de um até cinco anos devem comparecer nas unidades de saúde – exceto as que já se vacinaram contra as duas doenças nos últimos 30 dias. O único estado que cumpriu a meta foi o Amapá com 99,81% para a pólio e 99,43% para o sarampo. Os estados com pior cobertura são Rio de Janeiro, com 51,2% para pólio e 52,4% para sarampo, e Distrito Federal, com 54% pólio e 53,7% sarampo. A campanha tem por objetivos vacinar quem nunca tomou a vacina; completar todo o esquema de vacinação de quem não tomou todas as vacinas; dar uma dose de reforço para quem já se vacinou completamente (ou seja, tomou todas as doses necessárias à proteção). Esse tipo de campanha que inclui o reforço da dose acontece de quatro em quatro anos e já estava prevista no orçamento da pasta segundo o MS. Esse ano, no entanto, a campanha é ainda mais importante dada à volta da circulação do sarampo no território brasileiro e a ameaça da poliomielite. Pernambuco registrou um caso da doença, segundo a Sesau, Alagoas não registrou nenhum caso até o momento.