Saúde

DST pouco comum pode virar superbactéria

No Brasil, Ministério da Saúde monitora a bactéria tanto pelo aumento da prevalência quanto pelo aumento da resistência antimicrobiana

Por R7 22/07/2018 10h14
DST pouco comum pode virar superbactéria
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma doença sexualmente transmissível pouco conhecida preocupa a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV, no Reino Unido. De acordo com o alerta emitido pelos especialistas, há riscos de a Mycoplasma genitalium tornar-se uma superbactéria resistente à antibióticos nos próximos dez anos. Ao site da Associação Britânica de Saúde Sexual, o porta-voz Paddy Horner explicou que a Mycoplasma genitalium é tratada com antibióticos, mas até recentemente não havia nenhum teste disponível comercialmente. "A doença tem sido diagnosticada de forma errada como clamídia e tratada como tal. Isso não está curando a infecção, e sim causando resistência antimicrobiana nos pacientes com a infecçãoPara impedir o alastramento da doença, que já afeta 1 a cada 100 pessoas no país europeu, as autoridades de saúde locais lançaram novas diretrizes que visam a prevenção e melhor eficácia do tratamento. Durante o desenvolvimento do estudo, 169 especialistas de saúde sexual foram ouvidos - entre suas recomendações estão o melhor controle da resistência aos antibióticos, busca pelo diagnóstico mais preciso e redução de custos do tratamento. "Recursos são urgentemente necessários para assegurar que o teste de resistência antimicrobiana e diagnóstica esteja disponível para mulheres com alto risco de infertilidade. Estamos pedindo diretamente ao governo para disponibilizar esse financiamento a fim de evitar emergência de saúde pública", disse Paddy Horner. Entenda a Mycoplasma genitalium A Mycoplasma genitalium é uma bactéria transmitida por relações sexuais sem preservativo e pode afetar tanto homens quanto mulheres. Apesar de se mostrar assintomática em alguns casos, essa DST pode provocar inflamações na uretra dos homens, causando dor ao urinar e saída de secreções do pênis. Já a ala feminina pode ser vítima da inflamação de órgãos reprodutivos - sangramentos, febre e até a infertilidade são os sintomas mais recorrentes. No Brasil Segundo informações da BBC, o Ministério da Saúde monitora a bactéria tanto pelo aumento da prevalência quanto pelo aumento da resistência antimicrobiana. Mas, como sua notificação não é compulsória no país, não há um número exato de vítimas no país - apenas estudos regionais que mostram que aMycoplasma genitalium é menos frequente que outros agentes responsáveis pela gonorreia e clamídia. Prevenção O uso do preservativo (tanto a camisinha masculina quanto a camisinha feminina) continua sendo a maneira mais eficaz de proteger-se contra doenças sexualmente transmissíveis. Vale lembrar que ambas são fornecidas gratuitamente em todas as unidades de saúde do SUS. Saiba mais sobre 15 tipos de DSTs e como preveni-las.