Saúde

Crises alérgicas se intensificam durante o inverno

Segundo especialista em alergia e imunologia, período mais frio e chuvoso desencadeia crises e piora qualidade de vida

Por Texto: Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 07/07/2018 10h50
Crises alérgicas se intensificam durante o inverno
Reprodução - Foto: Assessoria
O período compreendido entre os meses de maio e agosto é considerado o pior para os alérgicos. Basta chover ou esfriar um pouco mais e lá vem uma crise. De acordo com a médica especialista em alergia e imunologia Rosa Gaia, nesta época os pacientes alérgicos ficam mais suscetíveis. “De uma maneira geral as doenças alérgicas respiratórias pioram muito nessa época do ano por vários fatores. O alérgico nada mais é do que uma pessoa mais sensível, e eles são mais vulneráveis. Como existem, nessa época do ano, mais doenças respiratórias, viroses, bronquites e tal. O alérgico quando pega uma virose, ele geralmente desencadeia crise. Então tem esses dois fatores: a própria inversão climática, tá quente e de repente chove, a umidade relativa do ar aumenta muito e favorece o crescimento de fungos, mofo, que são desencadeantes de crises, por isso o alérgico adoece mais. Pela inversão de temperatura e pela maior incidência de doenças respiratórias”, explica a médica. Espirros, tosse, coriza, coceira, quem é alérgico se identifica com esses sintomas. A médica ressalta que os sintomas dependem de cada tipo de alergia. “Os sintomas da rinite são basicamente muitos espirros, muita coriza, coça nariz, olhos, ouvidos, garganta... E acaba complicando a vida do paciente com o desconforto. Tem a sinusite também com as dores na testa, no rosto, sensação de peso. E a asma com a sensação de aperto no peito, falta de ar... Nesse período sazonal, de maio a agosto, os consultórios ficam lotados com as crises agudas dos pacientes.” Rosa que é especialista pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), destaca que os pacientes precisam reforçar os cuidados com a saúde, priorizando ambientes limpos sem uso de produtos de limpeza com fragrância e principalmente, fazer o tratamento de forma adequada. Rosa Gaia destaca que pacientes precisam reforçar cuidados com a saúde, fazendo tratamento adequadamente (Foto: Arquivo pessoal) “O paciente alérgico, seja criança ou adulto, com asma, rinite, dermatite atópica recorrentes tem que fazer o tratamento da causa, o tratamento preventivo, porque não adianta administrar o antialérgico só durante a crise. É necessário fazer o tratamento preventivo porque se o paciente está bem tratado ele vai chegar no período sazonal, e não vai ter nada. Porém, se esse paciente não faz tratamento, tem uma asma ou uma rinite que não está controlada, com certeza ele vai chegar nesse período e vai piorar. As orientações são mais essas e que esses pacientes façam exercícios físicos, tenham cuidados com ambiente em que moram, com um quarto arejado, não usar vassoura ou espanador, limpar com pano úmido, evitar produtos com cheiro forte como inseticidas, detergentes, ceras, lustra móveis... E não permitir fumantes nesses ambientes”, alerta. Pacientes reclamam de aumento nos gastos e desconforto no período O comerciário Ezequiel Bittencourt, de 29 anos, sabe bem o que é sofrer durante inverno. Ele conta que sempre tem remédio de alergia em casa, mas que a cada crise gasta mais de R$ 100,00 com medicamentos, sem considerar o incômodo causado pela alergia. “Eu tenho sinusite crônica. Então, cada vez que o tempo esfria fico com o nariz entupido cheio de secreção, falta de ar, boca seca, dor de cabeça... Eu gasto mais de R$ 100 a cada crise, mesmo sempre tendo remédio em casa. São vários remédios e nebulização. É muito ruim”, detalha.’ O filho dele, João Pedro, de apenas 1 ano, já sofre com os problemas. “Além da minha crise, meu filho também vem tendo. Aí ficam os dois doentes”, diz. Para Kleydson Wanderley, de 33 anos o antialérgico virou companheiro inseparável. Ele conta que desde o início do inverno tem tido crises, quase semanais. “O antialérgico virou rotina. Os olhos coçam o tempo todo, lacrimejam, nariz entupido, espirrando... Basta chegar a um local com poeira e já percebo a diferença e começo a espirrar, parece que a pessoa fica mais sensível e a alergia ataca”, detalha.