Saúde

Pólio: cobertura vacinal abaixo de 50% em Coité do Nóia

Município atribui desempenho a erro de digitação; cidade alagoana e outras 311 precisam reforçar imunização

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 04/07/2018 08h00
Pólio: cobertura vacinal abaixo de 50% em Coité do Nóia
Reprodução - Foto: Assessoria
A cidade de Coité do Nóia, situada no Agreste alagoano, é uma das 312 no Brasil que não atingiram 50% da cobertura vacinal contra poliomielite segundo o Ministério da Saúde (MS). O percentual no município alagoano foi de 39,89% na divulgação oficial. Mas a Secretaria Municipal de Saúde contesta e atribui o baixo desempenho a um “erro de digitação”. Segundo a coordenadora de imunização de Coité do Nóia, Amanda Inácio houve um problema na inserção dos dados no sistema o que teria motivado o número abaixo da meta. “Ela foi [a meta]. É que a gente está revendo a questão dos sistemas para redigitar. Houve um erro de digitação e a gente está redigitando todos os boletins, mas as crianças estão cobertas. A questão toda é que houve um erro na digitação”, explica. Apesar de afirmar que o município não estaria com a cobertura vacinal abaixo de 50%, a Secretaria de Saúde local não soube informar qual seria o número atualizado. “A gente está terminando de redigitar, mas acredita que passe dos 95%. Pode ser isso daí, mas a gente acredita que tenhamos atingido a meta sim porque nossas crianças estão vacinadas sim”, garante a coordenadora do município. O alerta foi divulgado nesta terça-feira (3) pelo Ministério da Saúde. Apesar de a poliomielite ser uma doença erradicada no Brasil desde a década de 1990, o Ministério reforça a importância da cobertura vacinal acima de 95% para impedir a reintrodução do vírus no país. “O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem. Por isso, é fundamental a manutenção das elevadas coberturas vacinais, acima de 95%.  Embora o Brasil esteja livre da paralisia infantil desde 1990 é fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no país”, diz o Ministério. A vacina da poliomielite é administrada em crianças de até cinco anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI). Em Alagoas, a cobertura de vacinação contra a poliomielite no ano passado foi de 80,32%, não atingindo a meta preconizada. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), cabe aos municípios administrar as doses recebidas de forma a enquadrar o público-alvo. “A coordenação estadual do programa faz o acompanhamento a partir da detecção de alguma dificuldade por parte dos municípios. A coordenação vai in loco identificar as causas e ajuda os municípios”, afirma. A Sesau também destaca que o último caso de pólio registrado no estado foi em 1987. “A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que a poliomielite está erradicada em Alagoas. Entretanto, as coberturas vacinais vêm caindo nos últimos anos e o Programa Nacional de Imunização (PNI) chama a atenção dos alagoanos, principalmente dos pais, para que não descuidem de atualizar a caderneta de vacinação de seus filhos. No caso do sarampo, a criança deve tomar duas doses, sendo uma aos 12 meses de vida e a segunda aos 15 meses. Quanto à pólio, são cinco doses, sendo as três primeiras aos dois, quatro e seis meses de vida e mais dois reforços, que devem ocorrer aos 15 meses e aos 4 anos. Vale ressaltar que não há desculpas para não se vacinar, uma vez que as vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Imunização e estão disponíveis nos postos de saúde, gratuitamente, durante todo o ano”, informou o órgão em nota.