Saúde

Mais Médicos tem cobertura de 67% em Alagoas

Este ano, programa completa 5 anos e já contempla 68 cidades alagoanas; atuação está concentrada no Agreste e Sertão

Por Lucas França com Tribuna Independente 01/03/2018 08h28
Mais Médicos tem cobertura de 67% em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
O Programa Mais Médicos, implantando pelo Governo Federal em 2013, completa cinco anos em 2018. Em termos percentuais, a atuação do programa chega a 67% dos 102 municípios alagoanos. São 68 cidades contempladas incluindo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) na fronteira com Sergipe. A maior quantidade de profissionais está alocada em cidades do Agreste e Sertão e região do São Francisco. Entre elas, Penedo com nove médicos, Pão de Açúcar com oito, União dos Palmares com sete, Arapiraca, Teotônio Vilela e Santana do Ipanema, cada uma com seis médicos do programa. A coordenadora do Programa em Alagoas Ivana Pitta disse que não teria como precisar, em média, quantas pessoas são beneficiadas pelos os médicos do programa, porque ele atende várias regiões do estado, conforme a necessidade de cada cidade onde os profissionais estão alojados. “O programa  atende as áreas de alta vulnerabilidade e de difícil acesso e fixação de médicos. Além da melhoria dos indicadores e a garantia de atendimento da população”, ressalta Pitta. De acordo com dados de dezembro de 2017 do Ministério da Saúde (MS), Alagoas tem 192 médicos atendendo pelo programa. Destes, 136 são cooperados (entre cubanos e brasileiros) e 56 são médicos com registro no CRM brasileiro. SMS Já na Capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o percentual de cobertura do Mais Médicos é menos de 5% e que apenas dois médicos estão contratados pelo programa. Segundo o órgão, o município de Maceió adotou a forma de contratação via concurso público. Programa amplia atendimento na atenção básica De acordo com o MS, o Programa Mais Médicos foi criado para responder a uma dificuldade histórica vivenciada pelos municípios brasileiros: levar médicos para as regiões onde não tinha médico, seja nos grandes centros ou no interior do país. Ainda de acordo com o ministério, com os médicos do programa foi possível ampliar a assistência médica na atenção básica, com atendimento regular nas unidades básicas de saúde, na composição de novas equipes de saúde da família ou em equipes que não contavam com profissionais no momento da adesão. O Mais Médicos completa cinco anos no país e, segundo dados repassados pelo MS, em 2017, 4.058 municípios e 19 DSEI são atendidos pelo programa com atuação de 17.071 profissionais, destes 5.247 são brasileiros ou com CRM do Brasil e 8.553 são médicos cubanos. De acordo com um levantamento do ministério, em 2013, a relação médico/habitante era de 1,8 médicos  para mil habitantes. O estudo mais atualizado disponível é de 2015, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que mostra que houve um aumento de médicos em atuação para 2,1 médicos/mil habitantes no Brasil. Outro levantamento feito pelo MS, divulgado em 2016, apontou ainda que o Programa Mais Médicos, em municípios com até 10 mil habitantes, é responsável por 48% das equipes de atenção básica. E, no caso de 1.100 municípios, o Mais Médicos representa 100% da cobertura de atenção básica. Ainda segundo o levantamento, a avaliação da população sobre o programa também é positiva. Pesquisa da UFMG/Ipespe identificou que 95% dos usuários disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a atuação do médico do programa. Entre as razões da avaliação extremamente positiva, 85% afirmaram que a qualidade do atendimento melhorou, 87% que o médico é mais atencioso e 82% que a consulta agora resolve melhor seus problemas de saúde. O relatório da Rede Observatório do Programa Mais Médicos conseguiu identificar também redução nas internações hospitalares por causas sensíveis à atenção básica, analisadas a partir do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), tanto no Brasil quanto nas regiões e em agregados de municípios. Considerando que a taxa de internação por condições sensíveis à atenção básica vem diminuindo no Brasil de forma sustentada, a pesquisa mostrou que, nos municípios que participam do Programa Mais Médicos, esta redução foi 4% mais pronunciada do que nos demais municípios, comparando-se as internações de dezembro de 2013 e dezembro de 2014. Além dos levantamentos e estudos da implantação, uma publicação do “Good Practices in South-South and Triangular Cooperation for Sustainable Development”, desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que o Mais Médicos foi uma das boas práticas relevantes para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destacando que o programa “é replicável e seria potencialmente benéfico em qualquer país que decidisse adotá-lo”. (Com assessoria)