Saúde

Pneumologista alerta sobre os perigos do consumo de cigarro

Para profissional, as crianças que convivem com fumantes têm mais riscos de desenvolver doenças respiratória

Por Assessoria 05/09/2017 08h01
Pneumologista alerta sobre os perigos do consumo de cigarro
Reprodução - Foto: Assessoria

“A nicotina é uma droga psicoativa, isto é, uma droga estimulante. Ao ser inalada, age no cérebro como a cocaína, porém de forma ainda mais rápida, em torno de 7 a 19 segundos, modificando o estado emocional e comportamental dos indivíduos e dando-lhes sensação de prazer”. Este é o alerta da pneumologista Juliana Puka, do Hapvida Saúde, sobre os malefícios causados pelo cigarro.

Ao todo, são mais de quatro mil substâncias químicas na composição do cigarro e este número pode chegar a oito mil se também forem considerados os aditivos e a composição da folha do tabaco. “Ela [a nicoptina] não é a substância mais agressiva do cigarro, porém é a que causa tolerância e dependência, ou seja, é a responsável por fazer com que o indivíduo consuma cada vez mais cigarros, com todas as outras 4700 substâncias tóxicas”, alerta a pneumologista do Hapvida.

O contato com o cigarro prejudica não apenas os fumantes considerados ativos, mas também pessoas que convivem em contato com a fumaça tóxica. “Isto ocorre devido à inalação de substâncias tóxicas da fumaça, pois ela sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente. Por conter em média 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala, esta exposição pode causar ainda mais problemas do que ao próprio fumante”, explica Juliana.

Para a profissional, as crianças que convivem com fumantes têm mais riscos de desenvolver doenças respiratória. “A exposição das crianças à fumaça do tabaco pode causar reações alérgicas, exacerbações de rinite, tosse, conjuntivite, asma e, comprovadamente, há maior número de infecções respiratórias como sinusites e pneumonias”, diz.

Como todo vício, há quem sinta uma dificuldade maior na hora de parar o consumo. A depender do tempo que esteja em contato com o cigarro, ao largá-lo, o aparelho respiratório pode se recuperar ou não. Algumas mudanças no corpo podem ser notadas até mesmo poucos minutos depois de fumar. “A vida melhora muito. Já nos primeiros 20 minutos, a pressão arterial e os batimentos cardíacos começam a se normalizar. Em 8 horas, a oxigenação do sangue volta ao normal e os pulmões começam a funcionar melhor, diminuindo a sobrecarga também do coração”, explica Juliana.

Ela lembra, ainda, que no final do primeiro mês, a respiração fica mais fácil e há melhora da circulação sanguínea, melhora progressiva do olfato e paladar, congestão nasal, cansaço, falta de ar, risco de infecções respiratórias e redução progressiva de tosse.

Sobre como largar o vício, a pneumologista explica que é preciso entender que ao tomar esta decisão, o tabagista enfrentará grandes desconfortos tanto físicos quanto psicológicos, dessa forma, todo apoio e acompanhamento de um profissional são necessários. O Ministério da Saúde vem tentando implantar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, uma rede de tratamento do tabagismo no SUS, porém o acesso ao tratamento gratuito ainda depende de cada município.

“É importante entender que quem fuma sofre de uma dependência química, ou seja, é alguém que ao tentar deixar de fumar se defrontará com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e por isso precisa de ajuda – disponibilizada por pneumologistas, psicólogos e/ou psiquiatras”, finaliza a profissional.