Saúde

Na AMA, médica diz a prefeitos alagoanos que alerta para zika precisa continuar

Taxa de ataque do zika vírus ainda é de 49% e não há evidências concretas de que uma infecção imuniza vítima

Por Imprensa / AMA 03/07/2017 17h00
Na AMA, médica diz a prefeitos alagoanos que alerta para zika precisa continuar
Reprodução - Foto: Assessoria

Após um amplo mapeamento dos casos de zika vírus em Alagoas feito por pesquisadores, a médica Infectologista Mardjane Lemos, disse aos prefeitos, durante a reunião da AMA que, mesmo sem o alerta federal, é importante que os municípios mantenham a vigilância. A taxa de ataque do vírus zika ainda é de 49% e não há evidências concretas de que uma infecção imuniza porque 56% delas são assintomáticas.

Com uma pauta voltada para a defesa da criança, o assunto entrou no debate porque é na primeira infância que as ações precisam ser desenvolvidas. A deputada Jó Pereira, que integra a Frente Parlamentar na ALE disse que os gestores e as equipes municipais são fundamentais para que se possa assegurar o acompanhamento e o futuro das crianças afetadas. Hugo Wanderley, presidente da AMA, assegurou o apoio porque entende como importante essa discussão.

Através da FP, pesquisadores estão divulgando um questionário que, respondido pelos municípios, apresentará os números atuais e servirá como balizamento para as ações multidisciplinares que deverão ser executadas para o apoio e tratamento das crianças infectadas e suas famílias. Ela também diz que é preciso reavaliar casos que foram descartados em Alagoas e que toda criança suspeita precisa ser acompanhada.

Além da infectologista Mardjane Lemos, a pedagoga Elizangela Mercado, que também integra o grupo de trabalho, mostrou que as notificações indicam que jovens, negras e indígenas, que tiveram a primeira gravidez ainda na adolescência, são pouco escolarizadas e desempregadas foram as mais afetadas pelo vírus.

O assunto ainda preocupa pela necessidade de implementação de mais políticas públicas, principalmente pelos governos – federal e estadual- para que  pessoas inseridas no grupo de vulnerabilidade social, que são as mais atingidas, tenham o direito de receber a ajuda necessária. Os municípios são a porta inicial para a identificação dos casos e também podem  incluir no Plano Municipal de Educação diretrizes, objetivos, metas e estratégias referentes à garantia das vagas, organização escolar, financiamento, formação de profissionais, garantia de matrícula prioritária em escolas próximas do domicílio para as crianças.

Em parceria com a Undime, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde anuncia um mutirão para mapear o Estado e cobrar a execução das medidas protetivas previstas na legislação desde que o país decretou alerta nacional. “Os municípios darão as respostas necessárias e nós trataremos o assunto de forma prioritária”, finalizou Izabelle Pereira, presidente do Cosems.

Formulário que os municípios devem preencher.