Saúde
Café expresso e cappuccino podem reduzir risco de câncer de próstata
Efeito pode estar associado a algum componente químico independente da cafeína presente nestas e em outras receitas
Dizer que café é totalmente saudável ainda provoca controvérsia. Porém, um levantamento realizado nos EUA e publicado, recentemente, pela revista Journal of the National Cancer Institute (JNCI), revelou que três ou mais xícaras diárias de receitas de café típicamente italianas, como moka, expresso, além de combinações que adicionam leite, como café latte, macchiato e o famoso cappuccino, podem reduzir, significativamente, o risco de câncer de próstata. “Esta informação foi obtida por meio da coleta de dados epidemiológicos locais. Porém, é possível, em certa medida, considerarmos esta pesquisa como um parâmetro também para o nosso dia-a-dia”, afirma o oncologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Auro Del Giglio.
O estudo estabeleceu uma relação inversa entre o consumo de diferentes estilos de café e o risco de câncer de próstata verificado em uma coorte de cerca de 50 mil homens em seguimento no contexto de um grande estudo epidemiológico em andamento, intitulado The Health Professionals Follow-up Study. "Ao aderir à pesquisa, cada participante preencheu questionários que avaliavam tanto a sua ingestão diária de café, quanto a sua dieta rotineira por, aproximadamente, 20 anos", acrescenta o médico.
Durante o período de realização do estudo, foram constatados cem novos casos de câncer de próstata entre os participantes. Utilizando tais ocorrências como parâmetro, a pesquisa identificou uma redução de 18% do risco de câncer de próstata em participantes que bebiam mais de três xícaras dos tipos italianos de café em comparação com aqueles que bebiam até duas xícaras de café do mesmo tipo por dia. Células de câncer de próstata dos participantes que desenvolveram a doença, durante a pesquisa, também foram analisadas. “Quando os investigadores avaliaram os dados de acordo com o teor de cafeína, ou seja se houve ingestão de bebida cafeínada ou descafeínada, não houve diferença na capacidade protetiva para desenvolvimento de câncer de próstata. Portanto este efeito deve ser atribuído a algum componente diferente da cafeína", afirma o Dr. Del Giglio.
O médico acrescenta que este é um estudo epidemiológico que aponta para uma associação inversa e significativa entre consumo de café e câncer de próstata. "Todavia, estudos como este não estabelecem uma relação causal entre câncer de próstata e consumo de café, de forma que não podemos, com estes dados, recomendar aumento do consumo deste tipo de bebida", ressalva o oncologista do HCor.
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