Saúde

Secretaria de Estado da Saúde recua e descarta febre amarela em macaco

Secretário Christian Teixeira aponta "problema de comunicação" como responsável por informação equivocada

Por Tribuna Independente 03/04/2017 15h59
Secretaria de Estado da Saúde recua e descarta febre amarela em macaco
Reprodução - Foto: Assessoria

Após ter divulgado, no início da semana passada, que Alagoas registrou o primeiro caso de febre amarela em primatas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) voltou atrás. Segundo o secretário Christian Teixeira, uma equipe técnica do Ministério da Saúde virá a Alagoas nesta semana para realizar novos estudos.

“Diante dos argumentos utilizados pelo Ministério da Saúde esse animal que foi encontrado em setembro não está contaminado com o vírus da febre amarela. O teste é feito em três técnicas, a primeira delas deu positivo e as outras duas negativo. Está se fazendo também uma contraprova só para tirar essa dúvida, mas quando essas duas últimas técnicas dão negativo, fica afastada a possibilidade de dar positivo”, aponta o secretário.

O órgão vai solicitar uma contraprova, mesmo considerando a existência do vírus no animal como descartada.

“Essas três técnicas foram feitas no mesmo período. Inicialmente foi divulgada justamente a primeira técnica, que deu positivo. Só que depois desses dois últimos exames é que deu negativo. Mas quando a notícia foi veiculada, justamente essa primeira técnica. Isso foi uma questão de comunicação, eu tenho que confiar na nota técnica do Ministério da Saúde que me assegura que essas duas técnicas deram negativo. Mas para afastar, de forma definitiva, vai ser feita uma contraprova”.

Quando questionado sobre o conhecimento dos resultados dos exames, Christian Teixeira afirmou desconhecer os laudos subsequentes, que descartaram o vírus no animal encontrado morto em setembro.

“Saem na mesma época, porque quem faz esse laudo é o Instituto Evandro Chagas do Pará. De forma mais detalhada, eles ficam liberando os resultados dos exames de forma gradativa. Eles utilizam técnicas diferentes, de forma mais detalhada. Preocupante seria se essas duas técnicas tivessem dado positivo, aí sim estaria caracterizado contaminação pelo vírus da febre amarela”.

O secretário destacou o empenho do órgão nas ações de controle da doença, mesmo após a exposição dos laudos de maneira equivocada, ocorrida, segundo o próprio, por problemas de comunicação. “Eu tenho por obrigação e responsabilidade na condição de secretário de não faltar com a verdade. A secretaria tem trabalhado diuturnamente no sentido de obter os dados reais para que assim a gente tenha o norte para trabalhar”, afirmou.

“Não há necessidade para correria aos postos”, garante secretário

Ele esclareceu também para a população que não ocorre transmissão entre primatas e humanos.

“É bom deixar destacado que mesmo esse macaco ou qualquer outro que venha aparecer dê de forma positiva, o macaco não é transmissor para o humano. O transmissor do humano é o mosquito. Então não é o fato de estar detectado o vírus da febre amarela no animal, que aquela região poderia estar contaminada”.

Um quantitativo adicional de vacinas foi solicitado ao Ministério da Saúde, garante o secretário. No primeiro trimestre deste ano, foram recebidas 8.340 doses e a expectativa é que a partir deste trimestre, mais doses sejam ofertadas.

Ainda segundo Christian, um convênio entre a Sesau, Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi firmado visando um melhor acompanhamento dos animais mortos identificados pela população.

 “Não há necessidade de pânico e correria para os postos para se vacinas. A vacinação é o último recurso o qual a população deve recorrer. Está procurando fazer esses estudos para descartar ou deixar caracterizado que Alagoas possa ser uma zona de risco. A inquietação por parte da população é natural. Eu posso assegurar que de forma alguma a Sesau de forma alguma está querendo maquiar qualquer tipo de dados, pelo contrário, estamos inquietos para mostrar ao Ministério da Saúde se é necessário ou não de imediato aumentar o número de doses para Alagoas”, ressalta.