Saúde

Mudanças na alimentação poderiam evitar metade das mortes

Segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais de 70 mil brasileiros já morreram por conta de problemas cardiovasculares em 2017

Por Assessoria 16/03/2017 13h20
Mudanças na alimentação poderiam evitar metade das mortes
Reprodução - Foto: Assessoria

O mês de março é apenas o terceiro do ano e mais de 70 mil brasileiros já morreram de doenças cardiovasculares, segundo o “Cardiômetro” da Sociedade Brasileira de Cardiologia. E a grande causa pode ser a má alimentação.

A revista da Academia Americana de Medicina publicou recentemente um estudo apontando que a deficiência ou ingestão exagerada de alguns grupos nutritivos, como carne vermelha e sódio, pode ser responsável por quase 50% dos mais de 700 mil óbitos por infarto, derrame e diabetes registrados nos Estados Unidos em 2012. As duas primeiras causas figuram no topo do ranking da mortalidade global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No caso dos brasileiros, os hábitos alimentares têm como forte característica o consumo de quantidades desnecessariamente grandes de sal, carboidratos e gorduras, conforme explica Luiz Velloso, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Seria um grande avanço para a saúde de nossa população se as novas gerações fossem habituadas a uma alimentação mais saudável, com maior consumo de fibras, substituindo boa parte do sal pelas variadas ervas e condimentos de que dispomos, e os carboidratos por vegetais e legumes.”

Como se sabe, o consumo de sal tem forte correlação com os níveis de pressão arterial. No indivíduo hipertenso, a diminuição da ingestão de sal muitas vezes é o bastante para que a pressão arterial volte a níveis adequados. “Esta correlação sal/hipertensão também tem expressão populacional e é bastante conhecida a observação de que grupos como os índios Yanomami, cujos hábitos alimentares não incluem o sal nos alimentos, e que têm uma prevalência desprezível de hipertensão arterial.”

A hipertensão arterial é, via de regra, assintomática. No entanto, seus efeitos prejudiciais à saúde vão se instalando de forma lenta e progressiva. “Os vasos vão sofrendo alterações degenerativas, até que a doença se manifeste por meio de suas mais temidas consequências, como o acidente vascular – derrame – e o infarto do miocárdio”, detalha o médico. Graças à ausência de sintomas, a hipertensão deve ser pesquisada em todos, por medições periódicas da pressão arterial, como nos exames admissionais e de rotina trabalhista. E o fato ilusório de não provocar sintomas durante muitos anos não quer dizer que não deva ser tratada tão logo seja diagnosticada.

Diagnóstico e acompanhamento – O estudo hemodinâmico, realizado através do cateterismo cardíaco, é uma das formas de diagnosticar problemas relacionados à saúde do coração, tais como obstruções das artérias coronárias, doenças do músculo cardíaco, da aorta, dos vasos pulmonares, lesões das valvas cardíacas e também cardiopatias congênitas. Além de fornecer diagnósticos específicos e precisos, a Hemodinâmica permite numerosas intervenções terapêuticas.

Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo o serviço de Hemodinâmica conta com uma sala híbrida, integrada ao Centro Cirúrgico do hospital, que permite a realização de procedimentos com interação entre as abordagens cirúrgica e hemodinâmica, conforme explicou Velloso. “Para o tratamento de insuficiência coronariana, a área também tem disponível, 24 horas por dia, angioplastia coronariana, cirurgias cardíacas, ultrassom intracoronário e balão farmacológico para casos especiais.”

Para o tratamento de insuficiências cardíacas avançadas, o departamento oferece suporte circulatório com dispositivos externos de circulação assistida (Impella e CentriMag) e terapêutica de ressincronização ventricular (CRT). Para atender pacientes com arritmias, o Hospital São Camilo tem disponíveis eletrofisiologias diagnósticas com mapeamento de superfície, ablação de circuitos arritmogênicos e de fibrilação atrial por radiofrequência, implante de cardioversor/desfibrilador (CDI) e oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo para prevenção de eventos cardioembólicos na fibrilação atrial permanente.

No tratamento da dissecção ou aneurismas da aorta, a Equipe de Cirurgia Cardíaca, que possui expertise em tratamento percutâneo (endopróteses) e cirúrgico, fica disponível 24 horas por dia. No atendimento a pacientes que sofrem com doenças das valvas cardíacas, além do tratamento cirúrgico convencional, o São Camilo oferece procedimentos de valvoplastia mitral percutânea com cateter-balão, tratamento percutâneo da estenose aórtica por via endovascular (TAVI) com dispositivos CoreValve ou Edwards-Sapiens, tratamento percutâneo da estenose aórtica por via transapical e tratamento percutâneo da insuficiência mitral com dispositivo MitraClip. Para cuidar das cardiopatias congênitas, são disponibilizados serviços de oclusão percutânea de comunicação interatrial e de forame oval patente.

Além disso, a Cardiologia Clínica da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo oferece atendimento em Cardiologia Geral, Coronariopatias, Valvopatias, Arritmias Cardíacas, Insuficiência Cardíaca, Hipertensão Arterial e Avaliação de Marcapasso, além de prestar suporte cardiológico a pacientes de outras especialidades, em internações clínicas e cirúrgicas. “Além dos grupos especializados em Cirurgia Cardíaca e Hemodinâmica Intervencionista, contamos também com profissionais que nas áreas de Eletrofisiologia, Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica”, finaliza o cardiologista.