Saúde

Médico do HGE orienta beber bastante água para prevenir infecções urinárias

Hidratação ajuda a manter o fluxo urinário normal, protegendo o surgimento das infecções

Por Agência Alagoas 12/01/2017 12h50
Médico do HGE orienta beber bastante água para prevenir infecções urinárias
Reprodução - Foto: Assessoria

A infecção urinária é caracterizada pela presença de bactérias no trato urinário – rim, ureter e bexiga. Segundo o médico urologista do Hospital Geral do Estado (HGE), Carlos Eugênio Tenório, a doença é uma patologia bastante frequente, que pode acometer todas as faixas etárias e ocorre, principalmente, entre as mulheres.

O urologista explica que a hidratação é um mecanismo de defesa contra a infecção do trato urinário (ITU). “Beber bastante água é fundamental para prevenir inflamações e infecções. Uma média de 2 a 3 litros de água por dia pode prevenir o surgimento da infecção do trato urinário”, recomendou.

Eugênio explicou que as mulheres desenvolvem mais infecções urinárias devido a razões anatômicas que favorecem a ascensão das bactérias. “A uretra feminina é mais curta do que a masculina e mais próxima do ânus, por isso mais suscetível à contaminação”.

Além disso, o médico acrescenta que a infecção urinária pode estar relacionada ao uso de espermicidas, presença de múltiplos parceiros, de cálculo na via urinária, resíduo urinário elevado e uso de sondas urinárias. Também podem vitimar pacientes imunodeprimidos (com baixa imunidade), como, por exemplo, portadores de Aids, diabetes e cânceres.

Infecções

As infecções urinárias classificam-se basicamente em infecção do trato urinário baixo (cistite) e infecção do trato urinário alto (pielonefrite). Os principais sintomas da cistite, segundo o urologista, são: dor ao urinar (disúria), urinar várias vezes (polaciúria), urgência miccional e esvaziamento vesical incompleto. “A pielonefrite manifesta-se com dor lombar, febre, calafrios, náuseas e vômitos”, salientou.

O urologista explicou que a infecção desenvolve-se fundamentalmente por via ascendente, sempre em decorrência do desequilíbrio entre a presença de uma bactéria e as chamadas defesas naturais do organismo. “As defesas, como, por exemplo, a presença de mucina na mucosa vesical e a própria micção, dificultam a aderência bacteriana ao trato urinário”.

As principais bactérias que causam a ITU são a Escherichia Coli, Sthaphilococos saprophyticos, Klebisiela sp, Proteus, Enterobacter e Enterococus faecalis. A infecção também pode ocorrer em menor frequência por via hematôgenica e linfática.

Prevenção

Eugênio ressaltou que é possível prevenir o problema com algumas medidas simples. As principais dicas repassadas incluem, além da ingestão de muita água, urinar depois da relação sexual, não segurar a urina por muito tempo e, para os casos recorrentes, procurar um urologista para investigar outros fatores que possam estar relacionados à infecção urinária de repetição.

Tratamento

“Geralmente as cistites são tratadas com antibióticos orais por um período de três a sete dias. Já as pielonefrites requerem internação hospitalar, tratamento inicial com antibióticos venosos que serão substituídos por antibióticos orais com a melhora do quadro clínico. Deve-se solicitar urocultura com antibiograma e pesquisar patologias associadas, como litíase urinária, por exemplo”, descreveu ele.

O médico ponderou que, quando a infecção não é combatida, ela tende a evoluir. “Uma pielonefrite, por exemplo, quando não tratada adequadamente ou no tempo certo, pode gerar um quadro de abscesso renal e desencadear uma infecção generalizada, conhecida como sepse”, alertou.