A primeira edição do Festival Cultura em Movimento ocupou a orla da Pajuçara e transformou o espaço de convivência ao lado da Roda Gigante em um grande encontro de celebração da cultura maceioense. Durante os dias 15 e 16 de novembro, o público acompanhou apresentações de música, dança e tradições populares, participou de atividades interativas, e conferiu uma feira criativa. O evento, foi a culminância dos dois anos de atuação do Programa de Apoio Cultural junto aos coletivos da cultura tradicional, uma das ações do eixo de cultura e patrimônio do Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS).

No sábado, a programação contou com abertura oficial, seguida pela roda de capoeira do Mestre Veneno e convidados, momento de repente com João Procópio, apresentação do Coco de Roda Pisa na Fulô, Grupo Afro Abayomi, Junina Pé de Serra – Revivendo o São João e trio de sanfoneiros. No domingo, os Pastoris Estrela de Belém e Coração Alagoano iniciaram as apresentações. Na sequência, o público vibrou com a participação do Coco de Roda Pau de Arara e com o espetáculo especial que reuniu os Guerreiros Treme Terra e São Pedro Alagoano com os Cocos de Roda Los Coquitos e Reviver. A noite contou ainda com a animação de um trio de sanfoneiros.

“Para nós, isso representa muita coisa. O cantador e repentista profissional precisa do público, precisa de apoio. Me sinto muito feliz por ter o que oferecer ao povo para receber esse apoio. Para todo artista é gratificante, isso é maravilhoso para nós”, destacou João Procópio, cantador e repentista.

Feira criativa e Espaços de vivência

O evento contou ainda com uma feira dedicada a empreendedores. Eles disponibilizaram ao público, produtos e comidas típicas, incluindo pratos à base de milho e culinária nordestina preparados por moradores dos Flexais, Bom Parto, Chã da Jaqueira e Vila Saem. Parte deles participaram de aulas de culinária durante o primeiro ciclo de oficinas do Programa de Apoio aos Grupos Culturais.

“É uma satisfação sair de casa, encontrar um público diferente e ver que ele está satisfeito. Aqui somos mais vistos”, disse Luana Tamara dos Santos, comerciante.

Os espaços de vivências reuniram atividades de maquiagem artística, percussão com instrumentos musicais e bordado filé. As estações funcionaram durante toda a programação e apresentaram ao público técnicas, materiais e processos utilizados nas práticas culturais demonstradas. O espaço também concentrou a exposição de objetos que contam a história dos grupos culturais atendidos no Programa de Apoio Cultural.

As atividades reuniram visitantes de diferentes idades, ao longo dos dois dias do evento. Entre eles, famílias que aproveitaram a programação para apresentar às crianças práticas culturais e expressões tradicionais da cidade. “Eu trouxe a minha filha e achei importante para que ela pudesse conhecer um pouco das nossas culturas. Com essas oportunidades, conseguimos transferir para os nossos filhos aquilo que a gente tem de riqueza cultural”, afirmou Lais Fernandes, estudante de pedagogia.

Cultura no PAS

O Programa de Apoio Cultural colabora com a realização de um calendário de ações voltadas para o resgate de festividades tradicionais nas comunidades localizadas no entorno da área desocupada. Atividades temáticas estão em andamento e formam ciclos culturais de oficinas e exposições que favorecem a troca de saberes tradicionais. Até o final do ano, aproximadamente 380 encontros serão realizados nessas regiões.

O PAS também mantém ações de incentivo a coletivos da cultura popular, como grupos de coco de roda, quadrilha junina, guerreiro e pastoril. Iniciado em dezembro de 2023, o programa viabiliza a estruturação dos grupos por meio da aquisição de bens e serviços, como a contratação de coreógrafos, figurinistas e músicos, obtenção de figurinos, instrumentos musicais e equipamentos de som, além de suporte operacional para realização dos ensaios e deslocamento dos integrantes.

Entre as medidas previstas na área de patrimônio e cultura estão ainda, o lançamento de um edital de fomento para apoio às produções culturais, a criação de um espaço de cultura e identidade, e a produção de um acervo de memória cultural. Em fase de finalização, está o Inventário de Patrimônio Cultural Imaterial dos bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol, realizado por especialistas da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes/UFAL).

O Plano de Ações Sociourbanísticas é resultado dos estudos previstos no Termo de Acordo Socioambiental, firmado pelo Ministério Público Federal (MPF) e Braskem, com a participação do Ministério Público Estadual (MPE) e adesão do Município de Maceió.