A 3ª edição do Festival Mestre Canarinho das Culturas Tradicionais de Alagoas acontece de 7 a 9 de novembro, no município de Pilar. O público vai poder conferir muita brincadeira dos folguedos tradicionais de Alagoas. Mestre Canarinho foi o idealizador do Boi do Canário, manifestação cultural pilarense, que surgiu na década de 1970.

O evento reúne atividades simultâneas na Casa da Cultura Professor Arthur Ramos, no Cine Pilarense e na Praça Floriano Peixoto. Com o tema “Reconhecer, Preservar e Cuidar”, o encontro celebra os folguedos originais dos municípios alagoanos e visa à difusão, à salvaguarda e ao protagonismo da Cultura Popular.

O festival é realizado pela Federação das Organizações da Cultura Popular e do Artesanato Alagoano (Focuarte), com apoio da Prefeitura Municipal de Pilar, por meio de emenda parlamentar da deputada estadual Fátima Canuto (MDB), via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A iniciativa conta ainda com incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

“É uma alegria enorme ver o Festival Mestre Canarinho se consolidar como um espaço de celebração e valorização das nossas raízes. A cultura popular é a alma do nosso povo e precisa ser reconhecida, preservada e cuidada, como diz o próprio tema do festival. Apoiar iniciativas como essa é garantir que mestres, brincantes e grupos culturais continuem transmitindo saberes e tradições que formam a identidade de Alagoas. Pilar tem se tornado um grande palco da cultura alagoana, e isso é motivo de muito orgulho para nós”, destacou a deputada Fátima Canuto.

Para o presidente da Focuarte, João Lemos, o evento promove o fortalecimento das culturas tradicionais de Alagoas. “Nesta 3ª edição, o festival entrega à sociedade alagoana 2 simpósios e 1 seminário temático. Os encontros devem reunir vereadores, secretários de cultura, técnicos e artesãos, nas suas variadas modalidades, para discutir ações que reconheçam e fortaleçam as culturas tradicionais de Alagoas”, explicou João Lemos.

Mestre Canarinho

O pilarense Mestre Canarinho mantinha a tradição dos folguedos originais. Todos os anos, em 6 de janeiro, Dia de Reis, sempre às 10h da manhã, percorria as ruas da cidade com seu boi e sua orquestra de frevo. O cortejo passava pelas três igrejas da parte baixa do município, numa brincadeira sacro-profana.

Antes de falecer, em 2018, doou o boi à Casa da Cultura Arthur Ramos e pediu que a tradição fosse mantida. Em 2023, seu legado foi eternizado pela Lei Estadual nº 8.857/2023, que reconheceu o Boi do Canário como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas.

O boi é confeccionado com cabeça de madeira, chifres verdadeiros, corpo de fibra de bananeira e colorido de fitas e panos de chita. A manifestação cultural representa a irreverência e alegria do povo pilarense. Acompanhado pelo vaqueiro e a orquestra de frevo, o boi marca o passo para a comemoração dos brincantes.

Focuarte

Fundada, por Lemos, em 2020, a Focuarte está presente em 42 municípios alagoanos. A federação desenvolve um trabalho de fomento e reconhecimento dos agentes de cultura popular, com o objetivo de implementar políticas públicas, direcionadas à área, e fortalecer os detentores de notório saber. Em 2025, o prefeito JHC declarou suas ações como Patrimônio Cultural e Imaterial do Povo da Cidade de Maceió.