Roteiro cultural

Inclusão e empatia na literatura infantil

Autora alagoana lança ‘Crianças Brilhantes’, que fala de acessibilidade e Libras, nessa sexta, na Biblioteca Pública do Estado

Por Tribuna Independente 24/07/2025 08h10 - Atualizado em 24/07/2025 10h32
Inclusão e empatia na literatura infantil
Livro da alagoana Rochelle Messias destaca importância da empatia e das Libras nas relações escolares - Foto: Edilson Omena

A literatura infantil alagoana ganha um reforço especial com a chegada do livro Crianças Brilhantes, da professora, escritora e contadora de histórias Rochelli Messias. A obra, que será lançada nesta sexta-feira (25), às 14h, na Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, trata de inclusão, empatia e acessibilidade, a partir da vivência real da autora com uma aluna surda durante suas aulas no ensino fundamental.

Ao TH Entrevista, canal da Tribuna no Youtube, Rochelli contou todos os detalhes da obra: “Ela era divertida, alegre, uma menina sadia. Só não ouvia como a gente. E, às vezes, até ouvia melhor... porque percebia coisas que a gente não percebe”, relatou ao lembrar de Maria Clara, a criança que inspirou a protagonista do livro.

Segundo a autora, a experiência com a estudante despertou sentimentos profundos e reflexões sobre a importância do acolhimento e do afeto no ambiente escolar. “Mesmo sem falar Libras, eu a acolhi. E mais bonito ainda foi ver que as outras crianças também a incluíram. Na hora do recreio, ela não estava sozinha. Isso ficou em mim”, ressaltou.

Rochelli salientou que o ponto alto da narrativa de Crianças Brilhantes é quando os colegas da protagonista decidem se comunicar com ela “pela linguagem do coração”. Esse gesto comoveu a mãe da menina, segundo ela, que propôs ensinar Libras para todos da rua. A partir dali, os pequenos passaram a aprender a linguagem de sinais e a usá-la para incluir Maria Clara nas brincadeiras.

“O João, uma das crianças do livro, diz: ‘A gente não sabe Libras, mas pode brincar com ela com o coração’. Esse momento muda tudo. Mostra que o adulto também precisa ter uma postura acolhedora, como a mãe dela teve”, destacou Rochelli.

Além de escrever, Rochelle também se aventurou nas ilustrações da obra. Com formação em artes e artes cênicas, ela uniu suas paixões para dar vida ao universo colorido e sensível da história. Usando ferramentas digitais e muita criatividade, criou os personagens e cenários que acompanham o enredo com leveza e emoção.

“Foi um processo trabalhoso, mas muito bom. Eu já contava essa história para o público e sabia o que queria mostrar com as imagens”, afirmou.

O livro foi publicado de forma independente com apoio da Editora Performance, de Arapiraca, interior de Alagoas, e tem distribuição também pela Livraria Bêabá, no bairro do Farol, em Maceió. A autora agradeceu, especialmente, o espaço cedido pela Biblioteca Pública Graciliano Ramos, que sediará o lançamento nesta sexta-feira (25), com contação de histórias e intérprete de Libras.

Além do lançamento oficial, Rochelle participará da Bienal do Livro de Alagoas e de um lançamento coletivo no Mercado das Artes, no dia 26 de julho, das 18h às 21h.