Do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió, a Quadrilha Amanhecer no Sertão, foi a grande campeã do Festival Regional de Quadrilhas Juninas do Nordeste 2025. Sendo uma das mais tradicionais do Estado de Alagoas, transformou o São João em espaço de denúncia e reflexão.

Como o tema “Até que a morte nos separe’’, inspirado em histórias reais de mulheres vítimas de violência doméstica, coletada desde início da pandemia, a Amanhecer brilhou e encantou o público.

O enredo gira em torno de Maria das Dores, personagem criada a partir de relatos verídicos. O objetivo da quadrilha é sensibilizar o público, mostrando não apenas a dor, porém também a resistência da mulher e o poder do apoio coletivo para romper o ciclo de violência.

A Amanhecer no Sertão usou o brilho, a cores, a música, o espetáculo e as tradições das festas juninas para denunciar e também cobrar políticas públicas para que os agressores não fiquem impunes.

Um trecho da apresentação do grupo viralizou nas redes sociais e foi compartilhado por vários perfis, incluindo a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

A final aconteceu nesse domingo (29), no Sesc de Goiana, em Pernambuco, e contou com a participação de dez quadrilhas finalistas representando todos os Estados da região. O evento foi promovido pela TV Globo Nordeste.

A quadrilha Luar do São João, do Estado do Piauí, conquistou o segundo lugar. Já a terceira colocação ficou com a quadrilha Junina Lumiar, de Pernambuco. Também participaram da final: Pioneiros da Roça (SE), Junina Arrasta Pé (MA), Junina São João (RN), Zabumba (PE), Luar do Recôncavo (BA), Paixão Nordestina (CE) e Moleka 100 Vergonha (PB).

Elas foram selecionadas ao longo dos meses de maio e junho em apresentações classificatórias em etapas estaduais e regionais, realizadas nos nove Estados nordestinos.

Em nota, a direção da Amanhecer no Sertão destacou a emoção diante das mensagens recebidas pelo público e a responsabilidade de abordar um tema tão urgente. As apresentações foram verdadeiras aulas de consciência social.