Roteiro cultural

Cinedebate no Arte Pajuçara: "Histórias pra contar" com Carlos Pronzato

Por Assessoria 13/02/2025 10h31
Cinedebate no Arte Pajuçara: 'Histórias pra contar' com Carlos Pronzato
Carlos Pronzato - Foto: Divulgação

Na última semana de fevereiro de 2025, o Cine Arte Pajuçara sediará o Cinedebate "Histórias pra contar. Do diretor e roteirista Carlos Pronzato", um ciclo de cinema documentário que apresentará quatro obras cinematográficas produzidas em Alagoas.

A programação inclui: - 25 de fevereiro (terça-feira): "Jangadeiros Alagoanos. O que Orson Wells não viu"

- 26 de fevereiro (quarta-feira): "Zumbi dos Palmares. Uma voz para o mundo"

- 27 de fevereiro (quinta-feira): "A Braskem também passou por aqui. A catástrofe de Maceió" e "A Braskem também passou por aqui. A tragédia de Flexais".

Os filmes têm classificação Livre e serão exibidos gratuitamente das 14h às 17h.

Após as projeções haverá um debate com Carlos Pronzato, mediado pelo jornalista Pablo De Luca. O evento contará com interprestes de libras para atender pessoas com deficiência auditiva.

Segundo Carlos Pronzato, "conhecer as histórias do lugar em que vivemos é necessário para compreender melhor os contextos. O cinema documentário tem o poder de informar, conscientizar, denunciar e educar, e espero que esses filmes possam inspirar o público a pensar sobre a importância de difundir a história e a cultura do nosso estado."

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, através da Prefeitura de Maceió – Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e do Governo Federal – Ministério da Cultura.

Para mais informações, entre em contato com a MC Produções. Sr. Pedro Leal: (82) 99111-6688

Diretor e Roteirista, Carlos Pronzato: (21) 97995-7981

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES:

Currículo do Diretor e Roteirista Documentarista Carlos Pronzato


Carlos Pronzato é cineasta documentarista, diretor teatral, poeta e escritor. Suas obras audiovisuais e literárias destacam-se pelo compromisso com a cultura, a memória e as lutas populares. Dentre seus mais de 90 documentários destacam-se: "Bolívia, a Guerra da Água", "O Panelaço, a rebelião Argentina", "Bolívia, a guerra do gás", "Buscando a Salvador Allende", “A Revolta do Buzu”, "Carabina M2, uma arma americana, Che na Bolívia", “Madres de Plaza de Maio, verdade, memória e justiça”, "Marighella, quem samba fica, quem não samba vai embora", "Pinheirinho, tiraram minha casa, tiraram minha vida", "Mapuches, um povo contra o Estado".

"A partir de agora, as Jornadas de Junho 2013", "Dívida Pública Brasileira, a Soberania na Corda Bamba", “Acabou a Paz, isto aqui vai virar o Chile, escolas ocupadas em São Paulo”, “Terceirização, a bomba relógio”, “Ocupa Tudo, Escolas Ocupadas em Paraná”, “A Escola Toma Partido, uma resposta ao Projeto de Lei Escola sem Partido”, “1917, a Greve Geral”, “1968, a Greve de Contagem”, “Mestre Moa do Katendê, a primeira vítima”, "Lama, o crime Vale no Brasil, a tragédia de Brumadinho", “Pinheira, a Guerra contra Chile”, “Amapá, quem vai pagar a conta?”, “Padre Júlio Lancellotti, Fé e Rebeldia”, “Dois Paulos na Pauliceia”, “A Braskem Passou por Aqui, a Catástrofe de Maceió”.

Entre outras importantes distinções recebeu, em 2008, o prêmio da CLACSO (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais); em 2009, na Itália, o prêmio Roberto Rossellini; em 2017, no Rio de Janeiro, o prêmio Liberdade de Imprensa; em 2019 o prêmio de Melhor Filme no Festival de Cataguazes, MG, pelo documentário "Lama, o crime Vale no Brasil, a tragédia de Brumadinho".

Em 2020, em Porto Alegre, o prêmio de Direitos Humanos em Jornalismo pelo documentário “A Confederação dos Tamoios, a última batalha”. Em 2021, em São Paulo, o prêmio DOIS PAULOS (homenagem à Paulo Freire e dom Paulo Evaristo Arns) “referência especial aos artistas independentes e às lutas libertárias no Brasil”, pela Comissão pró centenário de dom Paulo Evaristo Arns.

http://www.lamestizaaudiovisua... ALAGOANOS, O QUE ORSON WELLES NÃO VIU/ Doc./ 52 min./ 2022/ Português.

O documentário conta a história dos pescadores Umbelino José dos Santos, Joaquim Faustilino de Sant’Ana, Eugênio Antônio de Oliveira e Pedro Ganhado da Silva, cidadãos originários de diversas cidades do Litoral Alagoano que saíram de Maceió em 27 de agosto de 1922 para o Rio de Janeiro. Eles sofreram os mais diversos revezes na viagem. Só para ilustrar destas dificuldades, na costa da Bahia, enfrentaram um grande temporal, quando foram atirados ao mar e perderam suas provisões, roupas e a vela da jangada Independência. A solidariedade do povo baiano foi decisiva para a continuidade da viagem. Após noventa e oito dias, mais de mil milhas percorridas e nove tempestades enfrentadas, no dia 2 de dezembro os Jangadeiros Alagoanos chegaram à Cidade Maravilhosa, onde foram recebidos como heróis. A população, o governo e a imprensa queriam estar próximos dos alagoanos, que talvez ainda não tivessem se dado conta da proeza que realizaram.

Além da proeza dessa viagem, um fato curioso e que está presente no documentário é que os pecadores resolveram empreender esta jornada dois dias antes dela ter início. O objetivo foi participar dos festejos pelo centenário das comemorações da Independência do Brasil. "Zumbi dos Palmares. Uma voz para o mundo" Zumbi dos Palmares é conhecido como um dos líderes do Quilombo dos Palmares, localizado à época na Província de Pernambuco, atual município de União dos Palmares, estado de Alagoas. Liderou a resistência final deste que foi o maior e mais importante quilombo conhecido nas Américas, sendo morto em 1695, por uma expedição de bandeirantes.

O Quilombo dos Palmares representa um marco na luta dos escravizados. O tombamento da Serra da Barriga ocorrido na década de 1980, região do quilombo, é muito importante no sentido de resgatar e preservar a ancestralidade africana e também no sentido de sua própria história. O documentário, através de entrevistas a historiadores, pesquisadores e militantes, realizadas exclusivamente em Alagoas em 2023, busca trazer o Zumbi histórico e sua contribuição inestimável para a luta pela liberdade e pela igualdade.

A BRASKEM PASSOU POR AQUI: A CATÁSTROFE DE MACEIÓ/ Doc./ 81 min./ 2021/ português. O documentário retrata o maior crime socioambiental em curso no mundo, que condenou cinco bairros na capital alagoana pelo afundamento do solo, tendo atingido quase 70.000 pessoas, 4.500 negócios e 30 mil empregos. A empresa Braskem explora minas de sal-gema há mais de quatro décadas em 35 minas a cerca de 1.200 metros de profundidade. Os desabamentos das minas ocorrem há mais de dez anos, já tendo formado crateras subterrâneas do tamanho do Complexo Esportivo do Maracanã. O documentário traz depoimentos de moradores, associações de vítimas, líderes comunitários, cientistas, militantes de movimentos sociais e representantes de órgãos públicos.

Lançado em 5 de agosto de 2021 na Igreja Batista de Pinheiro em Maceió, Alagoas. "A Braskem também passou por aqui. A tragédia de Flexais" O segundo documentário do cineasta argentino/brasileiro Carlos Pronzato sobre o caso Braskem, "A Braskem também passou por aqui: a tragédia dos Flexais," teve seu pré-lançamento realizado na noite de sábado 7 de outubro no acampamento estabelecido pela comunidade afetada nas instalações da Braskem, no bairro de Bebedouro e no sábado 11 de novembro o lançamento oficial no Parque da Lagoa em Bebedouro, um dos bairros afetados pelo crime da Braskem.

O documentário aborda não apenas o sofrimento vivido pelos moradores dos Flexais, mas também sua longa batalha por justiça e a necessidade urgente de realocação dessas famílias.

Em entrevista para a Revista Alagoana, o cineasta comentou a importância de continuar falando sobre os danos causados pela empresa. "A importância de continuar falando sobre a Braskem é que a empresa não toma nenhuma providência com as vítimas, com os atingidos e com a própria cidade de Maceió, que sofre os efeitos do crime antes e depois do tremor provocado pelas minas de salgema em 2018", relata.

O filme foi feito a convite dos representantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB). O desastre socioambiental urbano em Maceió vai além do Mapa de Risco elaborado pela Defesa Civil de Maceió. Esse mapa tem sido questionado por estudos posteriores, que demonstram que o solo continua afundando.