Apesar dos cartazes com o nome Pernambuco na parede, a Livraria Novo Jardim é genuinamente alagoana, situada na parte alta de Maceió, no Conjunto Eustáquio Gomes – mais precisamente no Novo Jardim, que dá nome à livraria. Idealizada e conduzida pelo casal Erika Santos e Richard Plácido, eles se colocam como agitadores culturais, dando espaço e voz a editoras, autores e artistas independentes. Por isso, a oportunidade de chamar atenção na Bienal precisava ser aproveitada.

Assim, com apenas um ano e meio de existência, a livraria aterrissou na 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas em um estande próprio. Nas estantes, livros infantis, para jovens, poesias, leituras para lazer e mais densas, revistas e jornais literários, pôsteres, bandeiras e muito mais. A diversidade de conteúdos rende perguntas interessantes.

“Às vezes, as pessoas param aqui na frente e perguntam o que a gente vende, porque de fato é um misto de informações, mas não podia ser de outro jeito, trabalhamos com a diversidade mesmo”, comentou Érika. Contudo, não é só uma questão de trazer um pouco de tudo no catálogo, mas um posicionamento político de ocupação dos espaços.

“Pensamos que estar na Bienal seria um movimento político, porque trabalhamos com editoras e autores independentes, tentamos trazer para a livraria essa galera que está mais à margem, publicações que não estão tão no centro da das livrarias, das grandes editoras, dos eventos, dessa feira mesmo que centraliza as atenções, da divulgação nas livrarias dos shoppings”, pontuou Erika.

Escala Maceió – Recife – São Paulo

O foco da Livraria Novo Jardim é dar espaço a publicações e autores independentes e de conteúdo diversificado. Por isso o espaço para a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e seus livros, revistas e jornais literários – o maior do Brasil – de capas e artes tão bonitas que Érika não abre mão de uma parede inteira na livraria, assim como tem no estande na Bienal.

A editora Sob Influência, de São Paulo, é outra preciosidade de linha editorial e conteúdos da livraria. É uma editora pequena que publica livros, traduções exclusivas, obras na linha mais teórica e também um trabalho muito bonito de editoração, com pôsteres, bandeiras e outros itens decorativos com design bem elaborado. “Isso é muito a nossa cara, porque somos uma livraria, mas pretendemos ser um selo editorial. Também somos produtores culturais, fazemos um monte de coisa”, revelou Erika.

Com os autores de Maceió, a Novo Jardim aproveitou a oportunidade da Bienal para fazer lançamentos e mesas de autógrafos para escritores alagoanos no intuito de apresentar ou reapresentar autores e obras ao público. E aí, mais surpresas.

“Rolam muitos encontros e chega a ser engraçado, porque as pessoas se conhecem e não sabem do viés artístico do outro. Nós acreditamos que a livraria tem esse papel de reunir essas pessoas e fazer esses encontros e é isso que queremos levar para além da Bienal”, revelou a empresária.

Cabe reforçar que a Livraria Novo Jardim está apenas começando e conquistando novos clientes em outras áreas da cidade, para além da Bienal: “Teve uma mulher que passou aqui e falou que queria muito ir [à livraria], mas ainda não fui porque é longe, aí a gente sempre pensa ‘longe para quem?’. Então, é importante que as pessoas tenham esse primeiro contato, estar na Bienal serviu para isso, para que as pessoas nos encontrem mais facilmente nesta parte da cidade, se aproximem da gente e continuem apoiando o movimento das livrarias, editoras e autores independentes, porque esse movimento é importantíssimo”, arrematou Érika Santos.

Sobre a Bienal

A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é gratuita, aberta ao público das 10h às 22h, e segue até o domingo (20) no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá. Todas as informações sobre estão disponíveis no site e também nas redes sociais: @bienaldealagoas no Threads, Instagram e no Facebook. As fotos oficiais do evento podem ser vistas pelo perfil da Ufal do Flickr.