Roteiro cultural

Los Traidores: Filme de culto do cinema político argentino será exibido na terça-feira (29)

26/11/2022 13h24 - Atualizado em 26/11/2022 13h36
Los Traidores: Filme de culto do cinema político argentino será exibido na terça-feira (29)
Documentário - Foto: Divulgação

Estreia na próxima terça-feira (29), às 20h30, no Cine Arte Pajuçara, em Maceió, o curta La Víctima, que deu vida a Los Traidores, filme de culto do cinema político argentino. Material foi recuperado de uma entrevista a Víctor Proncet (ou Pronzato, 1922 - 2009), músico compositor de muitas trilhas de cinema, tv e teatro, roteirista, dramaturgo e ator cujo centenário é neste ano de 2022.

Protagonizou o filme Los Traidores no papel do corrupto, sindicalista Barrera e co-escreveu o roteiro (baseado num conto da sua autoria, La Víctima), junto a Raymundo Gleizer e Álvaro Melián.

Na programação também será exibido o documentário Madres da Plaza de Maio, verdade, memória, justiça (2010), que recebeu o prêmio Roberto Rosellini no Festival de Maiori, Itália. Haverá debate com o diretor Carlos Pronzato após os filmes.

Reserve seu ingresso promocional pelo PIX do cinema: 19442911000105

Recentemente faleceu Hebe de Bonafini, fundadora de Madres, e Carlos Pronzato, cineasta documentarista, poeta, escritor, a homenageou em forma de poema:

El pañuelo blanco

De las Madres de Plaza de Mayo

No es un pañuelo

- Todos lo saben? -

Es un pañal

Un pedazo de paño

Que en la cabeza de una Madre

Puede ser una corona

De reina cotidiana

O una corona de espinas

Cristiana



El pañuelo blanco de una Madre

Lleva un nombre bordado

Con hilo y con sangre

La huella de su hijo

Que le guía los pasos



El pañuelo blanco de una Madre

Es un pedazo de paño

Que mece un sueño

Una puerta que se abre

Una luz chiquita como un beso

De la infancia



Una voz que murmura

Alguno de los 30.000 nombres

Que se fueron

Desaparecieron

En el terror de Estado



El pañuelo blanco de una Madre

Es una crisálida de paño

Transformado en el pañuelo mariposa

De una Madre

Vuela por el mundo

Con sus alas de denuncia

Con su grito afilado

Con su puño de justicia

Agitando la memoria

Para siempre



El pañuelo blanco de la Madres

Hoy se quedó solito

En un rincón

Al sur del mundo

Un niño lo recoje y corre

Para dárselo a otras Madres



A “esas Madres de todos”

Como dijo Adolfo Pérez Esquivel

A esas “madres paridas por sus hijos”

Como dijo Hebe

Alguna vez

E que a estas horas

Ya debe estar aguardando el jueves

Para iniciar una vez más

Las rondas de La Plaza de Mayo

En el cielo.



HEBE (1928 – 2022) UMA MADRE DE TODOS

O lenço branco

Das Madres de Plaza de Mayo

Não é um lenço

-Todos o sabem? –

É uma fralda

Um pedaço de pano

Que na cabeça de uma Madre

Pode ser uma coroa

De rainha cotidiana

Ou una coroa de espinhos

Cristã



O lenço branco de uma Madre

Leva um nome bordado

Com fio e com sangue

A pegada do seu filho

Que guia os seus passos



O lenço branco de uma Madre

É um pedaço de pano

Que balança um sonho

Uma porta que se abre

Uma luz diminuta como um beijo

Da infância



Uma voz que murmura

Algum dos 30.000 nomes

Que se foram

Desapareceram

No terror do Estado



O lenço branco de uma Madre

É uma crisálida de pano

Transformado no lenço borboleta

De uma Madre

Voa pelo mundo

Com suas asas de denúncia

Com seu grito afiado

Com seu punho de justiça

Agitando a memória

Para sempre



O lenço branco das Madres

Hoje ficou sozinho

Num canto

Ao sul do mundo

Uma criança o recolhe e corre

Para entregá-lo às outras Madres



À “essas Madres de todos”

Como disse Adolfo Pérez Esquivel

À essas “Madres paridas por seus filhos”

Como disse Hebe

Alguma vez

E que a estas horas

Já deve estar aguardando a quinta-feira

Para iniciar mais uma vez

As rondas da Plaza de Mayo

No céu.