Roteiro cultural
Los Traidores: Filme de culto do cinema político argentino será exibido na terça-feira (29)
Estreia na próxima terça-feira (29), às 20h30, no Cine Arte Pajuçara, em Maceió, o curta La Víctima, que deu vida a Los Traidores, filme de culto do cinema político argentino. Material foi recuperado de uma entrevista a Víctor Proncet (ou Pronzato, 1922 - 2009), músico compositor de muitas trilhas de cinema, tv e teatro, roteirista, dramaturgo e ator cujo centenário é neste ano de 2022.
Protagonizou o filme Los Traidores no papel do corrupto, sindicalista Barrera e co-escreveu o roteiro (baseado num conto da sua autoria, La Víctima), junto a Raymundo Gleizer e Álvaro Melián.
Na programação também será exibido o documentário Madres da Plaza de Maio, verdade, memória, justiça (2010), que recebeu o prêmio Roberto Rosellini no Festival de Maiori, Itália. Haverá debate com o diretor Carlos Pronzato após os filmes.
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Recentemente faleceu Hebe de Bonafini, fundadora de Madres, e Carlos Pronzato, cineasta documentarista, poeta, escritor, a homenageou em forma de poema:
El pañuelo blanco
De las Madres de Plaza de Mayo
No es un pañuelo
- Todos lo saben? -
Es un pañal
Un pedazo de paño
Que en la cabeza de una Madre
Puede ser una corona
De reina cotidiana
O una corona de espinas
Cristiana
El pañuelo blanco de una Madre
Lleva un nombre bordado
Con hilo y con sangre
La huella de su hijo
Que le guía los pasos
El pañuelo blanco de una Madre
Es un pedazo de paño
Que mece un sueño
Una puerta que se abre
Una luz chiquita como un beso
De la infancia
Una voz que murmura
Alguno de los 30.000 nombres
Que se fueron
Desaparecieron
En el terror de Estado
El pañuelo blanco de una Madre
Es una crisálida de paño
Transformado en el pañuelo mariposa
De una Madre
Vuela por el mundo
Con sus alas de denuncia
Con su grito afilado
Con su puño de justicia
Agitando la memoria
Para siempre
El pañuelo blanco de la Madres
Hoy se quedó solito
En un rincón
Al sur del mundo
Un niño lo recoje y corre
Para dárselo a otras Madres
A “esas Madres de todos”
Como dijo Adolfo Pérez Esquivel
A esas “madres paridas por sus hijos”
Como dijo Hebe
Alguna vez
E que a estas horas
Ya debe estar aguardando el jueves
Para iniciar una vez más
Las rondas de La Plaza de Mayo
En el cielo.
HEBE (1928 – 2022) UMA MADRE DE TODOS
O lenço branco
Das Madres de Plaza de Mayo
Não é um lenço
-Todos o sabem? –
É uma fralda
Um pedaço de pano
Que na cabeça de uma Madre
Pode ser uma coroa
De rainha cotidiana
Ou una coroa de espinhos
Cristã
O lenço branco de uma Madre
Leva um nome bordado
Com fio e com sangue
A pegada do seu filho
Que guia os seus passos
O lenço branco de uma Madre
É um pedaço de pano
Que balança um sonho
Uma porta que se abre
Uma luz diminuta como um beijo
Da infância
Uma voz que murmura
Algum dos 30.000 nomes
Que se foram
Desapareceram
No terror do Estado
O lenço branco de uma Madre
É uma crisálida de pano
Transformado no lenço borboleta
De uma Madre
Voa pelo mundo
Com suas asas de denúncia
Com seu grito afiado
Com seu punho de justiça
Agitando a memória
Para sempre
O lenço branco das Madres
Hoje ficou sozinho
Num canto
Ao sul do mundo
Uma criança o recolhe e corre
Para entregá-lo às outras Madres
À “essas Madres de todos”
Como disse Adolfo Pérez Esquivel
À essas “Madres paridas por seus filhos”
Como disse Hebe
Alguma vez
E que a estas horas
Já deve estar aguardando a quinta-feira
Para iniciar mais uma vez
As rondas da Plaza de Mayo
No céu.
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