Roteiro cultural
Documentário 'Jangadeiros Alagoanos: O que Orson Welles não Viu' tem pré-lançamento dia 30 em Maceió
Com direção de Carlos Pronzato, o projeto conta a história de 4 pescadores alagoanos que se aventuraram no mar até chegar ao Rio de Janeiro
No próximo dia 30, o Cine Arte Pajuçara, no bairro de Pajuçara, será palco para o pré-lançamento do documentário “Jangadeiros Alagoanos: O que Orson Welles não Viu”, sobre a história da aventura épica dos jangadeiros alagoanos, que este ano completa 100 anos. O diretor do documentário, Carlos Pronzato, falou sobre a inspiração para obra a reportagem. Ouça os áudios ao final da matéria.
O lançamento acontece às 20 horas. A direção da obra audiovisual é do diretor Carlos Pronzato, mesmo diretor de “A Braskem Passou por Aqui: a Catástrofe de Maceió”.
O documentário conta a história dos pescadores Umbelino José dos Santos, Joaquim Faustilino de Sant’Ana, Eugênio Antônio de Oliveira e Pedro Ganhado da Silva, cidadãos originários de diversas cidades do Litoral Alagoano que saíram de Maceió em 27 de agosto de 1922 para o Rio de Janeiro. Eles sofreram os mais diversos revezes na viagem. Só para ilustrar destas dificuldades, na costa da Bahia, enfrentaram um grande temporal, quando foram atirados ao mar e perderam suas provisões, roupas e a vela da jangada Independência. A solidariedade do povo baiano foi decisiva para a continuidade da viagem.
E após noventa e oito dias, mais de mil milhas percorridas e nove tempestades enfrentadas, no dia 2 de dezembro os Jangadeiros Alagoanos chegaram à Cidade Maravilhosa, onde foram recebidos como heróis. A população, o governo e a imprensa queriam estar próximos dos alagoanos, que talvez ainda não tivessem se dado conta da proeza que realizaram. Além da proeza dessa viagem, um fato curioso e que estará presente no documentário, é que os pecadores resolveram empreender esta jornada dois dias antes dela ter início. O objetivo foi de participar dos festejos pelo centenário das comemorações da Independência do Brasil.
Carlos Pronzato está na capital alagoana e disse que tudo já está sendo organizado para a pré-estreia do documentário que tem como intuito dá visibilidade a este feito. “Este tema conheci em 2021, através do monumento próximo a estátua de Graciliano Ramos, inaugurado na gestação anterior e na placa tinha algumas informações. A partir disso me interessei pela história e comecei a fazer as pesquisas. Eu sabia da viagem dos jangadeiros cearenses em 41 ao Rio de Janeiro e isso foi famoso no mundo, inclusive com filmes. Então, quis mostrar a história dos jangadeiros alagoanos. Eu não pude apresentar no edital porque não tenho dois anos de residência no país, mas consegui com apoio do social como já venho fazendo outros documentários. E fomos avançando e praticamente está finalizado o doc e vamos apresentar a sociedade para que possa interessar as autoridades aos políticos e ter essa maior visibilidade. Muita gente quer conhecer a história e é épica para Alagoas’’, disse o diretor.
Pronzato comenta ainda que a obra se juntou a um outro projeto de um jangadeiro conhecido como Vando. "Ele trabalha nas piscinas naturais, descobri sua ideia na internet durante as pesquisas para o doc. Ele quer fazer a mesma viagem com outros três jangadeiros. Desde 2016 vêm tentando o apoio necessário para fazer o mesmo percurso que Umbelino José dos Santos, Joaquim Faustilino de Sant’Ana, Eugênio Antônio de Oliveira e Pedro Ganhado da Silva, mas não conseguiram, a ideia era que eles fossem agora em agosto, mês do centenário do feito, mas não irá ser possível, quem sabe em setembro. Inclusive creio que o documentário pode auxiliar também para este objetivo - acredito que eu possa participar da viagem’’.
Em relação ao apoio material, Pronzato diz que a Prefeitura de Maceió, concedeu dez diárias em um hotel para que ele conseguisse começar as entrevistas, mas que ainda precisa de mais apoio. “Temos alguns obstáculos, mas estamos finalizando o filme e buscando apoio dos poderes públicos e privado para continuidade do projeto’’.
Com muito estudo e pesquisa, o doc vai mostrar história com imagens, com relatos inclusive, com Jessé Rafael dos Santos, construtor de uma réplica das Jangadas de pau que atualmente se encontra no Museu de História Natural de Alagoas, o projeto da construção foi do IPHAN.
Quem quiser conhecer mais sobre a proeza desses heróis, os ingressos já podem ser reservados pela chave pix 194.429.110/001-05 (CNPJ) e custam R$ 20.
Audios
Pronzato fala que é necessário ainda mais apoio - Áudio 03
Doc também se juntou a um outro projeto de um Jangadeiro que trabalha nas Piscinas naturais de Maceió - Áudio 02
Ideia surgiu após conhecer monumento em Maceió - Áudio 01
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