Política

Renan Calheiros alerta que PEC da Blindagem pode transformar Congresso em 'refúgio de criminosos'

Proposta de emenda à Constituição restringe o andamento de processos contra deputados federais e senadores

Por Agência Senado 17/09/2025 18h36 - Atualizado em 18/09/2025 01h17
Renan Calheiros alerta que PEC da Blindagem pode transformar Congresso em 'refúgio de criminosos'
Senador Renan Calheiros fez pronunciamento no plenário nesta quarta-feira (17) - Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (17), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou a aprovação da PEC 3/2021 — também chamada de PEC da Blindagem — pela Câmara dos Deputados. Essa proposta de emenda à Constituição restringe o andamento de processos contra deputados federais e senadores. Para Renan, a proposta pode transformar o Congresso Nacional em "refúgio" de criminosos.

Ao argumentar que essa PEC representa um retrocesso institucional, ele declarou que a proposta “transforma a imunidade parlamentar em impunidade universal, integral, ilimitada e desmedida”, além de permitir que criminosos busquem mandatos políticos como forma de escapar da Justiça.

"Se essa PEC avançar, o que não acredito que aconteça, o Parlamento será o refúgio de narcotraficantes, contrabandistas, terroristas, chefes do crime organizado, líderes de facções e outros delinquentes. Grupos com algum poder financeiro buscarão mandatos populares para se esquivar da Justiça. O Congresso será um covil de malfeitores", alertou.

O senador também ressaltou que a proposta reedita práticas já superadas, como a exigência de autorização da Câmara ou do Senado para que parlamentares  sejam processados.

"A PEC denominada equivocadamente de PEC da Blindagem é, na verdade, a PEC da impunidade absoluta. Ela encarna uma traiçoeira armadilha contra a democracia, que implode a igualdade e cria uma estratificação feudalista, separando a nobreza dos seus servos. Alguns parlamentares, sob a égide dessa blindagem espúria, podem ficar mais desinibidos para perseguir, por exemplo, ministros do Supremo Tribunal Federal, que hoje são uns dos garantidores da nossa democracia. Com meu voto, isso jamais acontecerá", afirmou.